A Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet) disse, em nota, aprovar a saída de Pedro Parente do comando da estatal, mas faz uma série de questionamentos sobre a falta de explicações sobre o desmonte feito na companhia ao longo do tempo em que o executivo esteve à frente da presidência da empresa.



Acervo/Agência Brasil 

No texto, a Aepet ressalta que não houve explicação alguma sobre o fato da Petrobras praticar preços internacionais para os combustíveis, apesar de produzir e refinar petróleo no Brasil, nem sobre a tentativa de privatizar a BR distribuidora e nem a Liquigás e também a malha de 2 mil quilômetros de gasodutos.



"O demissionário mostra desprezo pela verdade ao afirmar na carta ao presidente Temer que "A empresa passava por graves dificuldades sem aporte de capital do tesouro, que na ocasião se mencionava ser indispensável e da ordem de dezenas de bilhões de reais". Ao receber o comando como presidente encontrou caixa de R$ 100 bilhões, cerca de US$ 28 bilhões na época. O índice de liquidez corrente - acima de 1,50 - e a geração operacional de caixa superior aos US$ 25 bilhões por ano demonstram que a companhia tinha plenas condições de cumprir com seus compromissos", ressalta a Aepet.

"Pedro Parente finge desconhecer os graves equívocos no plano de negócios e gestão/planejamento estratégico, elaborado por sua orientação, vendendo gasodutos e termelétricas, ativos que monetizam e agregam valor ao gás natural, sabidamente combustível de transição para uma economia mais limpa. Retirando a companhia da Petroquímica, renunciando à produção de Biocombustíveis, etanol e biodiesel, abandonando empreendimentos do Refino e da produção de Fertilizantes. Decisões que já resultam em prejuízo na geração operacional de caixa e comprometem a segurança energética e alimentar do País", diz o texto.

"A mensagem de Parente, alinhada com a histeria de certos segmentos do "mercado" é uma condenação absurda e maliciosa da política. A PETROBRÁS é uma ESTATAL, sociedade de economia mista, pertence ao povo brasileiro. Tem uma missão que não se esgota no pagamento de dividendos. O mercado de ações pode ser importante para os especuladores. Muito mais importante para a nossa Petrobras é a soberania nacional. São as contribuições da Petrobras para o desenvolvimento econômico, social e tecnológico do Brasil. Sua segurança energética. É preciso adotar a boa Política. Ela ainda é praticada por alguns", afirma a entidade no texto.



Leia a íntegra do texto.

AEPET, junho de 2018

PEDRO PARENTE saiu sem explicar porque a PETROBRAS, sob seu comando, vinha praticando preços internacionais para os combustíveis, não obstante produzir e refinar petróleo no Brasil.

PEDRO PARENTE não explica porque tentou privatizar a PETROBRAS DISTRIBUIDORA segunda maior empresa do BRASIL. Também não esclareceu a operação de venda da LIQUIGÁS, do setor GLP, vetada pelo CADE e a venda de mais de 2.000 km de gasodutos, com comprovados prejuízos para a companhia.

Construiu a ignorância sobre a PETROBRAS e a deixa sem responder:

Por que manter preços no mercado interno acima dos internacionais, viabilizando a importação por concorrentes, enquanto a estatal perde participação no mercado e suas refinarias ficam ociosas?

Por que vender ativos valiosos, sem concorrência, em negociatas diretas, ao arrepio da lei, ao mesmo tempo em que a empresa mantém em caixa somas astronômicas, sempre superiores a US$ 20 bilhões?

Por que atender pleitos de fundos abutres americanos adiantando R$ 10 bilhões antes da conclusão do processo, ao mesmo tempo em que nega responsabilidade no déficit da Petros?

Por que atuou sempre no sentido de dar apoio aos que denegriam o nome da companhia divulgando falácias de que ela teria passado por problemas financeiros e nunca realçando a importância do pré-sal para a PETROBRAS e o Brasil?

O demissionário mostra desprezo pela verdade ao afirmar na carta ao PRESIDENTE TEMER que "A empresa passava por graves dificuldades sem aporte de capital do tesouro, que na ocasião se mencionava ser indispensável e da ordem de dezenas de bilhões de reais". Ao receber o comando como presidente encontrou caixa de R$ 100 bilhões, cerca de US$ 28 bilhões na época. O índice de liquidez corrente - acima de 1,50 - e a geração operacional de caixa superior aos US$ 25 bilhões por ano demonstram que a companhia tinha plenas condições de cumprir com seus compromissos.

O Sr. PARENTE derrete-se em elogios ao Conselho de Administração esquecendo-se que a contribuição mais expressiva e definitiva é a dos milhares de empregados.

"A PETROBRÁS é hoje uma empresa com reputação recuperada", afirmação carregada de vaidade, jactância. A reputação da PETROBRÁS jamais foi abalada por práticas. CONDENAVEIS, REPULSIVAS DE POLÍTICOS CORRUPTOS, EMPRESÁRIOS DESONESTOS E BANDIDOS QUE NÃO SOUBERAM HONRAR A CAMISA DA PETROBRAS.

PEDRO PARENTE finge desconhecer os graves equívocos no plano de negócios e gestão/planejamento estratégico, elaborado por sua orientação, vendendo gasodutos e termelétricas, ativos que monetizam e agregam valor ao gás natural, sabidamente combustível de transição para uma economia mais limpa. Retirando a companhia da Petroquímica, renunciando à produção de Biocombustíveis, etanol e biodiesel, abandonando empreendimentos do Refino e da produção de Fertilizantes. Decisões que já resultam em prejuízo na geração operacional de caixa e comprometem a segurança energética e alimentar do País.

Quanto à afirmação de que "me parece assim, que as bases de uma trajetória virtuosa para a PETROBRAS estão lançadas", nada mais falso. Em apenas dois anos PEDRO PARENTE vendeu, em processo tortuoso, marcado por muitos questionamentos na justiça, dezenas de bilhões, em ativos rentáveis, estratégicos, desintegrando a companhia.

Ao afirmar que "a política de preços da PETROBRAS, sob intenso questionamento", mais uma vez sofisma, tergiversa. A PETROBRAS jamais praticou esta política. PARENTE deveria classificá-la como política da gestão PARENTE. Perversa, desastrada, entreguista. Ela só beneficia aos refinadores estrangeiros, "traders" multinacionais e importadores concorrentes da PETROBRAS. Acarreta gastos desnecessários, de bilhões de dólares, impactando o balanço de pagamentos. Mantém ociosas nossas refinarias. Traz de volta o carvão e a lenha, formas rudimentares de energia, devido aos escorchantes preços do GLP. Arranha a imagem da PETROBRAS. Política de PARENTE e não da PETROBRAS.

O missivista é um arrivista na indústria do petróleo. Parte. Não deixa saudades para os PETROLEIROS. Talvez para os grupos estrangeiros, especuladores e oportunistas, ávidos pelo controle dos ativos da PETROBRAS, vendidos a preços de fim de feira.

A mensagem de PARENTE, alinhada com a histeria de certos segmentos do "MERCADO" é uma condenação absurda e maliciosa da política. A PETROBRÁS é uma ESTATAL, sociedade de economia mista, pertence ao povo brasileiro. Tem uma missão que não se esgota no pagamento de dividendos. O MERCADO DE AÇÕES pode ser importante para os especuladores. Muito mais importante para a nossa PETROBRAS é a SOBERANIA NACIONAL. São as contribuições da PETROBRAS para o desenvolvimento econômico, social e tecnológico do BRASIL. Sua segurança energética. É preciso adotar a boa Política. Ela ainda é praticada por alguns. Estes podem ajudar a PETROBRAS a cumprir sua nobre missão. Dos politiqueiros, dos que alugam os mandatos, dos que conquistam o poder por usurpação, e ou fraudes, os PETROLEIROS com os BRASILEIROS querem distância.

Queremos livrar a PETROBRAS da herança deixada por PEDRO PARENTE, sua POLÍTICA DE PREÇOS antinacional e seu PLANO DE NEGÓCIOS entreguista e privatista.

ASSOCIAÇÃO DOS ENGENHEIROS DA PETROBRAS (AEPET), 01/06/2018

AEPET, junho de 2018

Brasil 247


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