Segundo o Instituto Data Folha, ex-presidente tem 30% dos votos no 1º turno, e no segundo derrota facilmente qualquer oponente. Apesar disso, continua afastado da disputa eleitoral pela Justiça. Incerteza mantém-se a quatro meses das eleições.
Por Luís Leiria.
A última sondagem do Instituto Data Folha, divulgada neste domingo, mostra que nem os dois meses que Lula da Silva já leva de prisão – o que tem significado o seu desaparecimento das televisões – foram suficientes para derrubar o seu favoritismo eleitoral caso a Justiça brasileira permita a sua candidatura.
Na sondagem, Lula tem 30% dos votos, seguido de Jair Bolsonaro, o candidato da extrema-direita, com 17% e Marina Silva com 10%. Ciro Gomes e Geraldo Alckmin aparecem em seguida empatados com 6%.
Num segundo turno em que pudesse candidatar-se, Lula derrotaria qualquer que fosse o seu oponente, mostra o Data Folha.
O resultado da sondagem adensa a impressão de que o objetivo número um da condenação de Lula foi afastá-lo da corrida eleitoral e não a punição por corrupção. De facto, as provas que levaram à condenação do ex-presidente são extremamente frágeis diante das que poderiam já ter levado à prisão figurões como Aécio Neves, Geraldo Alckmin e o próprio presidente Michel Temer.
Sem a candidatura de Lula, mostra a sondagem, o número dos que se declaram ainda sem candidato sobe de 21% para 34%. Se o ex-presidente não for candidato, os resultados são ainda muito incertos mas quem aparece na frente no primeiro turno é Jair Bolsonaro, com 19%, seguido de Marina Silva com 15%, Ciro Gomes com 11% e Geraldo Alckmin com 7%. Se não for Lula, o candidato do PT teria hoje 1% dos votos, quer fosse Fernando Haddad, ex-presidente da câmara de S. Paulo, ou Jacques Wagner, ex-governador da Bahia.
Mas este resultado pode ainda ser muito alterado, porque a mesma sondagem dá conta de que 30% dos eleitores dizem que votariam num candidato indicado por Lula e que 17% afirmam que talvez sigam a indicação do ex-presidente. Em contrapartida, 51% afirmam rejeitar um candidato apoiado por Lula.
A sondagem avalia ainda a rejeição em relação a candidatos apoiados pelo ex-presidente Fernando Hnerique Cardoso (65% de rejeição) e pelo atual presidente Michel Temer que consegue reunir um recorde de 92% de eleitores que afirmam rejeitar qualquer nome indicado por ele. Isto é, o apoio de Temer corresponde a um “beijo da morte”.
No segundo turno, porém, os resultados são incertos. Bolsonaro, candidato de extrema-direita, bateria Haddad, empataria com Alckmin e seria derrotado por Marina. A sondagem formulou outras possibilidades de segundo turno, mas parece bastante improvável que candidato da direita ultra não atinja essa meta.
Com este cenário, não parece estranho que Lula da Silva persista na sua candidatura, rejeitando as pressões que começaram a surgir dentro do partido para que seja anunciado rapidamente um plano B, quer seja aceitar a impossibilidade da candidatura de Lula e lançar outro nome, ou mesmo apoiar outro candidato, que seria Ciro Gomes, do PDT.
Mas Lula permanece intransigente, afirmando que lançar outro nome seria aceitar a sua condenação. “Há dois meses estou preso, injustamente, sem ter cometido crime nenhum”, afirma o ex-presidente num manifesto divulgado sábado num comício de lançamento da sua candidatura em Belo Horizonte. “É para acabar com o sofrimento do povo que sou novamente candidato à Presidência da República” escreve Lula da Silva. “Assumo esta missão porque tenho uma grande responsabilidade com o Brasil e porque os brasileiros têm o direito de votar livremente num projeto de país mais solidário, mais justo e soberano, perseverando no projeto de integração latino-americana”.
Lula está a cumprir pena de 12 anos e um mês de prisão e a sua condenação já foi confirmada em segunda instância, pelo que a candidatura parece muito improvável. Quando a Justiça eleitoral barrar a inscrição do ex-presidente, este terá então de indicar outro nome. O prazo é 15 de agosto.
A sondagem veio também confirmar a crise em que se encontra a candidatura preferida das elites brasileiras, a de Geraldo Alckmin, que não descola nas sondagens. O resultado de 7% é o pior de um candidato do PSDB em quase 30 anos. E mesmo depois de o governador de S. Paulo se ter licenciado do cargo para avançar com a candidatura, nada aconteceu em termos de intenção de voto.
Diante disto, surgem setores do partido a defender outras opções. Na terça-feira da semana passada, numa sessão pública em Brasília, o secretário-geral do PSDB Marcus Pestana, e o senador Cristovam Buarque, do PPS, lançaram um manifesto "por um polo democrático e reformista" com o objetivo de unir o que consideram ser as candidaturas de centro à Presidência da República. Além de Alckmin, seriam o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, o senador Álvaro Dias, a ex-senadora Marina Silva e o empresário Flávio Rocha.
O manifesto foi apoiado publicamente, em carta, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso mas a sua repercussão foi pequena e serviu mais para mostrar desorientação do que para mudar o rumo da campanha do PSDB.
O candidato do PSOL, Guilherme Boulos, aparece com apenas 1% dos votos, mas é provável que a sua candidatura cresça com a campanha. Boulos tem empolgado a militância, os seus comícios reúnem milhares e o seu desempenho em entrevistas na TV tem sido impecável. O líder do MTST representa uma inédita coligação entre movimentos sociais e partidos (PSOL e PCB) e a sua corrida é mais de fundo.
Esquerda
Na sondagem, Lula tem 30% dos votos, seguido de Jair Bolsonaro, o candidato da extrema-direita, com 17% e Marina Silva com 10%. Ciro Gomes e Geraldo Alckmin aparecem em seguida empatados com 6%.
Num segundo turno em que pudesse candidatar-se, Lula derrotaria qualquer que fosse o seu oponente, mostra o Data Folha.
O resultado da sondagem adensa a impressão de que o objetivo número um da condenação de Lula foi afastá-lo da corrida eleitoral e não a punição por corrupção. De facto, as provas que levaram à condenação do ex-presidente são extremamente frágeis diante das que poderiam já ter levado à prisão figurões como Aécio Neves, Geraldo Alckmin e o próprio presidente Michel Temer.
Sem Lula, incerteza
Mas este resultado pode ainda ser muito alterado, porque a mesma sondagem dá conta de que 30% dos eleitores dizem que votariam num candidato indicado por Lula e que 17% afirmam que talvez sigam a indicação do ex-presidente. Em contrapartida, 51% afirmam rejeitar um candidato apoiado por Lula.
A sondagem avalia ainda a rejeição em relação a candidatos apoiados pelo ex-presidente Fernando Hnerique Cardoso (65% de rejeição) e pelo atual presidente Michel Temer que consegue reunir um recorde de 92% de eleitores que afirmam rejeitar qualquer nome indicado por ele. Isto é, o apoio de Temer corresponde a um “beijo da morte”.
No segundo turno, porém, os resultados são incertos. Bolsonaro, candidato de extrema-direita, bateria Haddad, empataria com Alckmin e seria derrotado por Marina. A sondagem formulou outras possibilidades de segundo turno, mas parece bastante improvável que candidato da direita ultra não atinja essa meta.
Pré-candidatura de Lula confirmada
Mas Lula permanece intransigente, afirmando que lançar outro nome seria aceitar a sua condenação. “Há dois meses estou preso, injustamente, sem ter cometido crime nenhum”, afirma o ex-presidente num manifesto divulgado sábado num comício de lançamento da sua candidatura em Belo Horizonte. “É para acabar com o sofrimento do povo que sou novamente candidato à Presidência da República” escreve Lula da Silva. “Assumo esta missão porque tenho uma grande responsabilidade com o Brasil e porque os brasileiros têm o direito de votar livremente num projeto de país mais solidário, mais justo e soberano, perseverando no projeto de integração latino-americana”.
Lula está a cumprir pena de 12 anos e um mês de prisão e a sua condenação já foi confirmada em segunda instância, pelo que a candidatura parece muito improvável. Quando a Justiça eleitoral barrar a inscrição do ex-presidente, este terá então de indicar outro nome. O prazo é 15 de agosto.
Crise do PSDB
Diante disto, surgem setores do partido a defender outras opções. Na terça-feira da semana passada, numa sessão pública em Brasília, o secretário-geral do PSDB Marcus Pestana, e o senador Cristovam Buarque, do PPS, lançaram um manifesto "por um polo democrático e reformista" com o objetivo de unir o que consideram ser as candidaturas de centro à Presidência da República. Além de Alckmin, seriam o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, o senador Álvaro Dias, a ex-senadora Marina Silva e o empresário Flávio Rocha.
O manifesto foi apoiado publicamente, em carta, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso mas a sua repercussão foi pequena e serviu mais para mostrar desorientação do que para mudar o rumo da campanha do PSDB.
Guilherme Boulos empolga
Esquerda