© Sputnik / Pavel Lvov

Nos anos 90, os EUA adquiriram duas dezenas de caças soviéticos MiG-29. A revista The National Interest explicou o que está por trás dessa decisão e revelou que vantagens têm esses aviões em comparação com os aviões estadunidenses.


No fim dos anos 90, os EUA compraram 21 caças soviéticos MiG-29. Isso se tornou possível após o colapso da União Soviética, quando as ex-repúblicas soviéticas herdaram grande quantidade de armamento.

Uma carga demasiado pesada


Por exemplo, a Moldávia herdou da União Soviética uma força aérea composta de 34 caças MiG-29 e oito helicópteros Mi-8, para além de vários aviões de transporte.

Entretanto, um país tão pequeno em plena recessão econômica não poderia se permitir a manutenção de uma frota de aviões de combate tão grande, explicou a revista americana The National Interest.

Por isso, os EUA temiam que a Moldávia vendesse seus caças ao Irã, o que permitiria a este último aumentar significativamente sua frota aérea. O que suscitava maiores receios dos EUA era o fato de 14 desses caças serem MiG-29C: o modelo configurado para portar armas nucleares.

Em 1997, Washington tomou a decisão de adquirir a maior parte dos caças da ex-república soviética, tendo comprado 21 unidades, 14 das quais eram versões "nucleares". Em troca, a Moldávia recebeu 40 milhões de dólares e alguma ajuda técnica. O resto dos MiG-29 foram vendidos à Eritreia e ao Iêmen.

Esses aviões foram transportados para o Ohio em aviões de transporte C-17, de onde foram distribuídos por uma série de polígonos de treinamento, centros da inteligência e outras entidades.

Desta forma, os EUA conseguiram matar dois coelhos de uma só cajadada: prevenir a venda dos caças ao Irã e, ao mesmo tempo, se apoderar de dezenas caças avançados fabricados pela União Soviética.

Caça soviético em mãos inimigas


Curiosamente, a maior parte das opiniões sobre o MiG-29 não foram partilhadas pelos pilotos americanos, que tinham acesso a duas dezenas desses caças.

Na realidade foram os pilotos israelenses que compararam os caças ocidentais e soviéticos depois de Israel ter adquirido esses aviões a um país da Europa de Leste (a revista americana não revelou de que país se trata).

Alguns dos sistemas dos MiG-29 realmente impressionaram os pilotos israelenses. Um deles é o sistema de aterrissagem automático, que o piloto pode usar em caso de se sentir mal ou em caso de más condições climáticas.

Outro sistema que os israelenses destacaram foi o de nivelação automática. Isso permite pressionar um botão para que o avião readquira o voo estável nos casos em que o piloto perde a orientação.

"As capacidades do MiG são iguais e às vezes superiores às dos F-15 e F-16. É um avião muito manobrável e seus motores lhe dão uma boa relação entre propulsão e peso. Nossos pilotos devem ter cuidado em combates contra este avião. Nas mãos de um bom profissional é um oponente sério", disse um dos pilotos.

Os pilotos se queixavam também de certos problemas. Por exemplo, apesar da boa comodidade em geral, consideraram que a ergonomia dos MiG-29 não era a melhor e que lhe faltam algumas modificações.

"Esses caças tinham muito poucas falhas técnicas e, tal como outros produtos russos, os MiG-29 são fiáveis, fortes e robustos. Os F-15 e F-16 são muito mais delicados em comparação com os MiG-29", concluiu um dos pilotos.





Sputnik Brasil

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