Numa carta assinada por ativistas, dirigentes e eleitos da esquerda europeia, o presidente brasileiro é descrito como “genocida do seu povo”.
Dirigem a sua carta “a todos aqueles e aquelas que defendem a humanidade para além das fronteiras” porque a “pandemia da Covid-19 ataca todos os seres humanos, sem distinção de nacionalidade, etnia ou classe social”. Mas sabem que “a grande maioria da população, aqueles que não fazem parte do 1% dos privilegiados, são infinitamente mais vulneráveis”.
Deputados do parlamento europeu, autarcas, dirigentes políticos, ativistas de esquerda de vários países da Europa falam a uma só voz para denunciar, em termos muito duros, o que se está a passar no Brasil. Ao passo que “quase todos os governos do mundo tomaram medidas sanitárias, económicas e políticas para enfrentar esta tragédia”, nomeadamente o isolamento social que foi “a principal resposta para preservar vidas”, a situação brasileira é absolutamente diferente: “não são realizados testes massivos e a subnotificação dos casos é alarmante”; “o sistema de saúde está em colapso devido à falta de camas, de unidades de cuidados intensivos, de material médico”; falta ajuda à população já que a ajuda de emergências “de pouco mais de 100 dólares por mês durante três meses, para os setores mais vulneráveis, é paga tardiamente, de forma deficiente e faz com que as filas de espera nas agências bancárias sejam intermináveis para recebê-la”.
Uma tragédia que não é nenhuma “fatalidade natural” mas “o produto de uma política deliberada” de Jair Bolsonaro que é apresentado como “negacionista e autoritário” que dirige “uma verdadeira cruzada contra a ciência, atacando constantemente o isolamento social necessário para enfrentar a epidemia”.
Bolsonaro e um “lobby de um importante setor das elites brasileiras” colocam assim “a saúde dos mercados” à frente da saúde pública. A pandemia torna-se um expediente para “fechar cada vez mais os espaços democráticos, aumentar o desmatamento da Amazónia, invadir e ameaçar as nações indígenas e deixá-las expostas ao vírus, atacar a educação, a cultura e a ciência, cortando os recursos necessários para a sua manutenção e desenvolvimento”.
Em apoio dos seus argumentos, estes ativistas apresentam o editorial da The Lancet, “uma das principais revistas científicas médicas do mundo”, no qual se podia ler que “talvez a maior ameaça à resposta à Covid-19 no Brasil seja o seu presidente Jair Bolsonaro” e que “Bolsonaro precisa de mudar drasticamente o seu rumo ou terá de ser o próximo a sair”.
A carta termina com a denúncia do presidente brasileiros como “genocida do seu povo, o mais criminoso dos chefes de Estado e um perigo à saúde mundial”.
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