Imagem aérea mostra área desmatada. Há muita madeira e algumas cabanas. Um carro está estacionado em frente a uma delas.
Área em alerta de desmatamento é equivalente ao território de Hong Kong

Segundo dados do Inpe, alertas abrangem área de 1.180 quilômetros quadrados, maior número para o mês de maio desde o começo da série histórica, em 2016.


Deutsche Welle (www.dw.com)



Segundo dados do Inpe, alertas abrangem área de 1.180 quilômetros quadrados, maior número para o mês de maio desde o começo da série histórica, em 2016.

Os alertas de desmatamento na Amazônia Legal atingiram um novo recorde em maio, com um aumento de 41% em comparação com o mesmo período do ano passado. Em apenas 28 dias, os alertas abrangem uma área de 1.180 quilômetros quadrados, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgados nesta sexta-feira (04/06) - o equivalente ao território de Hong Kong. Os dados dos últimos três dias do mês ainda não foram contabilizados.


Trata-se da maior área desde o início da série histórica, em 2016, e a primeira vez que o número ultrapassa 1.000 quilômetros quadrados para esse mês, de acordo com o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe.

É o terceiro mês consecutivo que o desmatamento da Floresta Amazônica atinge o pico. Em março, o Deter registrou perda de 367 quilômetros quadrados, o equivalente a 12,5% a mais em relação ao mesmo período do ano passado. Em abril, a área foi de mais de 580 metros quadrados, o pior índice da série história para o mês.

No entanto, de acordo com o Observatório do Clima, rede de organizações não-governamentais (ONG) de defesa do meio ambiente, os números de maio são "particularmente preocupantes" porque o mês marca "o início da estação seca, quando a devastação se intensifica em grande parte da região amazônica".

Além disso, também segundo dados do Inpe, o número de queimadas em maio foi o maior desde 2007 na Amazônia.

Críticas à política ambiental de Bolsonaro

Os números colocam em xeque a afirmação do presidente Jair Bolsonaro, em abril, perante a comunidade internacional na Cúpula dos Líderes sobre o Clima, organizada pelos EUA, de que o Brasil vai eliminar o desmatamento ilegal no país até 2030.

Na ocasião, o discurso foi recebido com críticas e desconfiança por grupos ambientalistas nacionais e internacionais. As entidades acusaram Bolsonaro de não ter apresentado medidas concretas para proteger a Floresta Amazônica.

Um dia depois da cúpula e de prometer duplicar os recursos para a fiscalização ambiental, Bolsonaro cortou recursos que seriam destinados a projetos de conservação do meio ambiente, controle de incêndios florestais e outros voltados para as mudanças climáticas.

A política ambiental de Bolsonaro é apontada por ambientalistas como principal responsável pelo aumento do desmatamento da Amazônia, que bateu vários recordes nos últimos dois anos, derreteu a imagem do país no exterior e é alvo constante de críticas internacionais.

Na quarta-feira, a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a abertura de inquérito para investigar se o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, cometeu crimes relacionados à maior apreensão de carga de madeira ilegal da história na Amazônia, ocorrida em dezembro de 2020.

 

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