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Manifestação do dia 29 de maio na Avenida Paulista – Foto: Nelson Almeida/AFP |
A situação evolui para favorecer a esquerda e é preciso aproveitar para impor uma derrota acachapante contra os golpistas
• Diário Causa Operária
Os atos do dia 29 abriram o caminho para desequilibrar a balança da correlação de forças para o lado da esquerda. Com o peso de centenas de milhares de pessoas nas ruas, agora a esquerda adquiriu novas forças para pressionar a situação política em seu favor. É um panorama que não vemos há muito tempo. Desde o início da pandemia a esquerda encontrava-se acuada, sem sair de casa, em busca de uma aliança desesperada e irrealizável com o centrão para governar o país. Contudo, as manifestações trouxeram novo alento para o panorama político em favor dos trabalhadores.
Os atos de rua colocaram no mundo concreto o descontentamento latente que havia no país, elevando a polarização política a um novo patamar, mais intenso e explosivo. A burguesia atualmente é quem encontra-se acuada, sua estratégia de tentar uma terceira via está se esfacelando junto com a tentativa de transformar a CPI da Covid em um enorme trampolim eleitoral para 2022. Tanto a extrema-direita está ajeitando seus cavalos, bispos e torres no tabuleiro, como a esquerda multiplica o número de peões na partida. Bolsonaro ganha força e cresce dentro das Forças Armadas. A punição tão esperada da Pazuello não veio, e com isso a burguesia ficou a ver navios, constatando cada vez mais que é cada vez mais difícil tentar colocar o alto comando das Forças Armadas contra Bolsonaro.
Para a esquerda, a tarefa é muito simples, colocar o povo na rua. Dia 19 de junho, data do segundo ato, temos o dever de levar pelo menos 1 milhão de pessoas às ruas de todo o Brasil. Os atos devem ser compostos pelos elementos mais combativos: juventude, trabalhadores, militantes em geral, mudando a correlação de forças dentro da própria esquerda. Não derrubaremos Bolsonaro com discursos parlamentares, propaganda nem nos aliando com a burguesia, é preciso atropelar os oportunistas da esquerda e dar lugar aos elementos mais decididos dispostos à luta pelo Fora Bolsonaro.
O panorama está colocando de tal forma que o povo mobilizado poderá ter todas as condições de derrubar Bolsonaro, o governo militar e o golpe, dependendo de como a esquerda organize os trabalhadores. As manifestações no Brasil tendem a ser muito mais organizadas que as demais do continente, têm força suficiente para derrubar Bolsonaro e quem vier em seguida. O simples fato de ser uma iniciativa das frentes entre partidos e organizações de esquerda, ao contrário do Chile, Colômbia e demais países da América Latina, que, embora estrondosas, são desorganizadas, demonstra que essa nova onda de manifestações tem a capacidade de derrubar o regime golpista e reverter o quadro do golpe em todo o continente.
Fora Bolsonaro é a pauta do momento, para materializá-la temos que insistir em um calendário nacional de mobilizações, greves operárias e ocupações estudantis. As condições estão dadas e devemos depositar toda nossa energia nisso. Dia 19 deve ser preparado para haver manifestações gigantescas e devemos pressionar as direções pela base para que não desfaçam as mobilizações em prol de algum acordo com a burguesia. Nada de acordos, nem frente ampla. Fora Bolsonaro, vacina Já! Auxílio emergência de um salário mínimo e Lula presidente.
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