Terminará muito mal a armação governista com o personagem plantado na CPI da Covid.
A ata notarial, com a transcrição do áudio exibido por Luís Paulo Dominguetti Pereira para tentar induzir a CPI a acreditar que o deputado Luís Miranda – que acusa Jair Bolsonaro de omitir-se diante de uma denúncia de corrupção na compra de vacinas indianas Covaxin – prova que não apenas é de setembro do ano passado a gravação quanto que ela foi editada para dar a impressão de que se tratava de compras de vacinas.
Se a intenção era acabar com a credibilidade da denúncia de Miranda, o tiro saiu completamente pela culatra e traz um lote de denunciados que não têm como se defender senão alegando que são inocentes.
E um que nem isso poderá alegar: o chefe direto de Dominguetti e remetente, a ele, do áudio forjado: Cristiano Alberto Hossri Carvalho.
Qual foi seu interesse em indicar Dominguetti à reportagem da Folha para testemunhar um pedido de propina milionária? Por que editou o áudio e, se não o editou, quando e de quem o recebeu editado e qual a razão de o repassar?
Dizer, como fez Flávio Bolsonaro, que a motivação foi “fazer algum dinheiro por causa do baixo salário da polícia”, é ridículo.
Como é ridículo o dono bolsonarista onde teria ocorrido o encontro, tenha “apagado” a monitoração por câmaras. Já vai longe o tempo das fitas VHS que eram reaproveitadas.
Vários senadores e jornalistas estão comparando o depoimento do cabo da PM com a “Operação Uruguai”, com a qual Fernando Collor tentou justificar a origem dos recursos obscuros que atribuiu a “sobras de campanha”.
Está claro que o depoente de hoje é um mero “laranja”, ao qual algo se prometeu para entrar na missão kamikazi a que se propôs.
Missão que não só falhou redondamente, como abriu o perigoso flanco de se revelar obra de agentes do governo.
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