Leonardo Sakamoto
noticias.uol.com.br
3–4 minutos
Nunes, Tabata, Dayena, Boulos e Marçal no debate da Gazeta/MyNews Imagem: Vitória Vitorino/TV Gazeta |
Não faz sentido que os mesmos que lamentam a transformação dos debates em estúdio para a produção de memes defendam com unhas e dentes a manutenção do convite a ele e mesmo do formado do debate como se isso fosse prova de apreço à cidadania. Deixar que a democracia seja espancada não é prova de apreço a ela. Pois ele é normalizado pelo comportamento de quem faz beicinho de reprovação nas redes, mas acha que o show deve continuar.
Ah, mas ele vai armar uma live durante o debate e fazer um react se não for chamado e acusar a mídia de censura. Não sei se já perceberam, mas ele já ataca a imprensa e a Justiça eleitoral, atropelando leis e regras, já no café da manhã.
Por fim, como já disse aqui antes, há a necessidade urgente de mudar a forma como se organizam debates no Brasil. Pablo Marçal aprofundou uma tendência que já vinha de outras eleições, de aproveitar os superficiais embates no primeiro turno para a produção de conteúdo voltado às redes sociais. A novidade é que, com ele, houve uma completa dissociação entre o evento e seu objetivo. Tanto que se furtou a responder perguntas formuladas no debate desta segunda, até porque, para ele, o evento em si é mero detalhe.
Os veículos de comunicação e as campanhas precisam mudar a sua forma de realizar debates pelo bem da democracia. Melhor seriam eventos agrupados por pacotes de temas de interesse público ao invés do formato atual, em que há pouco tempo para que candidatos sejam obrigados a tratar das soluções para os problemas e muito para que se engalfinhem. Para quem acha que isso é chato, basta ver alguns dos debates nos Estados Unidos que adotam essas regras e funcionam bem.
E para que um punhado de debates em que se repetem as mesmas brigas e as mesmas mentiras, se os veículos poderiam se juntar e organizar pools de transmissão simultânea? Isso leva a crer que muitos eventos não são nem vistos como entretenimento, mas caça-níqueis de audiência.
Debates são essenciais para a democracia, desde que atendam às necessidades da população. Isso significa que os veículos de comunicação terão que ceder, agrupar-se, mudar formatos. E as campanhas precisarão aceitar regras e formatos novos em que seja possível ir a fundo nos problemas da pólis - sim, hoje muitas torcem o bico quando se propõe algo diferente. Não adianta incensarmos um modelo que está doente só porque somos nós, jornalistas, que o levamos adiante. Não adianta trazer pombos na torcida de que vão jogar xadrez.
Ah, mas ele vai armar uma live durante o debate e fazer um react se não for chamado e acusar a mídia de censura. Não sei se já perceberam, mas ele já ataca a imprensa e a Justiça eleitoral, atropelando leis e regras, já no café da manhã.
Por fim, como já disse aqui antes, há a necessidade urgente de mudar a forma como se organizam debates no Brasil. Pablo Marçal aprofundou uma tendência que já vinha de outras eleições, de aproveitar os superficiais embates no primeiro turno para a produção de conteúdo voltado às redes sociais. A novidade é que, com ele, houve uma completa dissociação entre o evento e seu objetivo. Tanto que se furtou a responder perguntas formuladas no debate desta segunda, até porque, para ele, o evento em si é mero detalhe.
Os veículos de comunicação e as campanhas precisam mudar a sua forma de realizar debates pelo bem da democracia. Melhor seriam eventos agrupados por pacotes de temas de interesse público ao invés do formato atual, em que há pouco tempo para que candidatos sejam obrigados a tratar das soluções para os problemas e muito para que se engalfinhem. Para quem acha que isso é chato, basta ver alguns dos debates nos Estados Unidos que adotam essas regras e funcionam bem.
E para que um punhado de debates em que se repetem as mesmas brigas e as mesmas mentiras, se os veículos poderiam se juntar e organizar pools de transmissão simultânea? Isso leva a crer que muitos eventos não são nem vistos como entretenimento, mas caça-níqueis de audiência.
Debates são essenciais para a democracia, desde que atendam às necessidades da população. Isso significa que os veículos de comunicação terão que ceder, agrupar-se, mudar formatos. E as campanhas precisarão aceitar regras e formatos novos em que seja possível ir a fundo nos problemas da pólis - sim, hoje muitas torcem o bico quando se propõe algo diferente. Não adianta incensarmos um modelo que está doente só porque somos nós, jornalistas, que o levamos adiante. Não adianta trazer pombos na torcida de que vão jogar xadrez.
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