Plinio Teodoro
revistaforum.com.br
4–5 minutos

Mesmo com derrota acachapante da tese em julgamento no plenário do STF, Bolsonaro insiste em criar uma narrativa contra Alexandre de Moraes, que acaba fortalecendo o ministro

Jair Bolsonaro e o advogado Paulo Amador Cunha Bueno.Créditos: Valter Campanato/Agência Brasil
Jair Bolsonaro e o advogado Paulo Amador Cunha Bueno.Créditos: Valter Campanato/Agência Brasil

Jair Bolsonaro (PL) está cada dia mais isolado em sua defesa na investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) que o colocam como mentor da Organização Criminosa (OrCrim) que tentou um golpe de Estado durante as eleições e a transição do governo e culminou nos atos de 8 de Janeiro.

A linha de defesa conduzida por Paulo Amador Cunha Bueno - que chegou a tentar cooptar os demais advogados dos indiciados - virou alvo de ataques, principalmente entre aqueles que assessoram militares de alta patente, como o ex-ministro e candidato a vice, general Walter Braga Netto.

O advogado José Luis Oliveira Lima - o Juca, que já defendeu Zé Dirceu, Léo Pinheiro e Pedro Guimarães - assumiu recentemente a defesa do militar e expôs o racha com o colega que atua com Bolsonaro.

Juca que impor a narrativa de que "o general Braga Netto é um democrata, não participou de nenhuma reunião golpista" e detonou a fracassada tentativa de Bolsonaro de tentar tirar o ministro Alexandre de Moraes da relatoria do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).

A segunda ação da defesa de Bolsonaro pedindo o impeachment de Moraes no caso sofreu uma derrota acachapante no início de dezembro no plenário da corte.

Com exceção do "terrivelmente evangélico" André Mendonça, todos os ministros acompanharam o presidente da corte, Luís Roberto Barroso, que votou contra o impedimento por não considerar apenas Moraes vítima do golpe, mas toda a sociedade brasileira.

"A simples alegação de que o ministro Alexandre de Moraes seria vítima dos delitos em apuração não conduz ao automático impedimento de sua excelência para a relatoria da causa, até mesmo porque os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e de tentativa de golpe de estado têm como sujeito passivo toda a coletividade, e não uma vítima individualizada", relatou Barroso.

Segundo Malu Gaspar, no jornal O Globo, advogados de outros membros da Orcrim consideram a estratégia uma "burrice".

“A insistência em teses já superadas é uma burrice, e até burrice tem limite”, disse à jornalista "um influente advogado de um dos 40 indiciados pela PF que pediu para não ser identificado".

“Essa ideia do impedimento já foi descartada logo no início da investigação, quando o STF manteve Alexandre de Moraes na relatoria. Isso só vai dar mais moral para o ministro. O STF sempre provou que está junto dele”, disse.



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