Moisés Mendes
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4–5 minutos
O fascista Javier Milei disse que a grande marcha organizada pelo movimento LGBTQIA+, sábado em Buenos Aires, levou às ruas gente que acreditou na versão do que ele teria dito em Davos.
Milei disse que sua fala no Fórum Econômico Mundial, com ataques a feministas, gays e trans, havia sido editada em vídeos disseminados pela esquerda.
Pois o jornal Página 12 publicou o que ele de fato disse e que não precisa de versões. Abaixo, os principais trechos do discurso do fascistão em Davos:
“Algumas semanas atrás, o caso de dois americanos homossexuais que, agitando a bandeira da diversidade sexual, foram condenados a 100 anos de prisão por abusar e filmar seus filhos adotivos por mais de dois anos, estava nas notícias do mundo todo. Quero ser claro. Quando digo abuso, não é um eufemismo, porque em suas versões mais extremas, a ideologia de gênero constitui abuso infantil, pura e simplesmente. Eles são pedófilos, então quero saber quem apoia tal comportamento”.
“Que tarefa eles se deram com essas aberrações do aborto. Destes fóruns se promove a agenda LGBT, querendo nos impor que as mulheres são homens e os homens são mulheres somente se se percebem assim e não dizem nada sobre quando um homem se veste de mulher e mata seu rival em um ringue de boxe ou quando um prisioneiro afirma ser mulher e acaba estuprando todas as mulheres que encontra na prisão”.
“O feminismo radical é uma distorção do conceito de igualdade e mesmo na sua versão mais benevolente é redundante, pois a igualdade perante a lei já existe no Ocidente. Todo o resto é uma busca por privilégio, que é o que o feminismo radical realmente almeja, colocando metade da população contra a outra quando elas deveriam estar do mesmo lado”.
“Chegamos até a normalizar que em muitos países supostamente civilizados se alguém mata uma mulher isso é chamado de feminicídio, e isso acarreta uma pena mais grave do que se alguém mata um homem só por causa do sexo da vítima. Legalizando, de fato, que a vida de uma mulher vale mais que a de um homem, levantando a bandeira da disparidade salarial entre gêneros, mas quando se olha os dados fica evidente que não há desigualdade para a mesma tarefa, mas que a maioria dos homens tendem a entrar em profissões mais bem pagas do que a maioria das mulheres”.
“Eles não reclamam que a maioria dos prisioneiros são homens, ou que a maioria dos encanadores são homens, ou que a maioria das vítimas de roubo são homens. E sem mencionar a maioria de pessoas que morreram em guerras”.
“Mas se alguém levanta essas questões, na mídia ou mesmo neste fórum, somos tachados de misóginos apenas pelo fato de defender um princípio elementar da democracia moderna e do Estado de direito, que é a igualdade perante a lei e a realidade”.
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Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre. Foi colunista e editor especial de Zero Hora. Escreve também para os jornais Extra Classe, Jornalistas pela Democracia e Brasil 247. É autor do livro de crônicas 'Todos querem ser Mujica' (Editora Diadorim)
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