do OPERAMUNDI
John Steinbeck, célebre escritor norte-americano, morre em Nova York em 20 de dezembro de 1968, aos 66 anos. Nascido em Salinas, Califórnia, de uma família de baixa classe média, cursou faculdade na Universidade Stanford, mas nunca se graduou. Em 1925 foi à Nova York onde tentou durante alguns anos ser um escritor ‘free-lance’. Fracassando, retornou à Califórnia. Após publicar alguns romances como O pônei vermelho (1933) e Ao Deus desconhecido (1933), tornou-se bastante conhecido com a sua Tortilla Flat (1935), uma série de histórias humorísticas sobre os hispânicos de Monterey.
Os romances de Steinbeck podem ser classificados de sociais ao tratar de problemas econômicos dos trabalhadores rurais. Todavia, há também um traço de adoração à terra em seus livros, o que nem sempre se afina com a abordagem sociológica realista.
WikiCommons
Após Tortilla Flat, passou a uma ficção mais séria, em geral acerba em sua crítica social como em Luta incerta (1936), que trata das greves dos migrantes catadores de frutas das fazendas da Califórnia. Seguiu-se Ratos e Homens (1937), a história do gigante deficiente mental Lennie. Em 1939 publicou o que é considerada como a sua melhor obra As vinhas da ira, a história de fazendeiros arrendatários de Oklahoma que, incapazes de ganhar a vida com sua lavoura, mudam-se para a Califórnia onde se tornam trabalhadores temporários.
Entre suas últimas obras, pode-se mencionar A leste do Éden (1952); O inverno dos descontentes (1961) e Viajando com Charley (1962), em que Steinbeck escreve suas impressões durante uma viagem de três meses a bordo de um caminhão que o levou através de 40 estados norte-americanos.
Ratos e Homens foi escrito em forma de texto teatral em 1937. É a história de dois trabalhadores agrícolas itinerantes, George e Lennie, tentando ganhar o suficiente para comprar o seu próprio pedaço de terra. Entrelaça-se com temas como o racismo, solidão, preconceito contra os doentes mentais e a luta pela independência pessoal. Além de encenações teatrais por todo o mundo, foi transformado em filme três vezes: em 1939, estrelado por Burgess Meredith, Lon Chaney Jr. E Betty Field; em 1982 com Randy Quaid, Robert Blake e Ted Neeley e em 1992 com Gary Sinise e John Malkovich.
As vinhas da ira é publicado em 1939 e ganha o Prêmio Pulitzer no ano seguinte. O livro passa-se na Grande Depressão e descreve uma família de trabalhadores meeiros, os Joads, que têm de sair de sua terra devido às constantes tempestades de areia. O livro foi mal recebido entre setores da crítica que o consideraram excessivamente simpático à difícil situação econômica dos trabalhadores e demasiado crítico à lógica do capitalismo, porém causou enorme impressão entre a classe trabalhadora. A obra foi transformada em filme em 1940, estrelado por Henry Fonda e dirigido por John Ford.
Em A leste do Éden, Steinbeck trata da natureza do bem e do mal, ambientado numa saga do Vale de Salinas. É a história de duas famílias: os Hamiltons, baseada nos próprios ancestrais de sua mãe, e os Trasks, retomando histórias bíblicas de Adão e sua progênie. O livro foi publicado em 1952 e também virou filme, em 1955, estrelado por James Dean e dirigido por Elia Kazan.
Os contatos de Steinbeck com escritores, jornalistas e líderes sindicais de esquerda influenciaram sua obra. Filiou-se à Liga dos Escritores Americanos, uma organização dirigida por comunistas, em 1935. Teve como conselheiros e amigos escritores tidos como radicais. Por intermédio de Francis Whitaker, membro do Clube John Reed de Escritores, ligado ao Partido Comunista dos Estados Unidos, encontrou-se com organizadores de greves da União de Trabalhadores na Indústria de Enlatados para a Agricultura.
Steinbeck foi amigo íntimo do dramaturgo Arthur Miller. Em junho de 1959, assumiu um risco profissional e pessoal ao estar ao seu lado, quando Miller recusou-se a fornecer nomes para o Comitê de Atividades Anti-Americanas do senador McCarthy.
Em 1967, quando foi enviado ao Vietnã para cobrir a guerra, descreveu um retrato simpático ao exército dos Estados Unidos levando a que o New York Post o denunciasse por trair seu passado de esquerda. O biógrafo de Steinbeck, Jay Parini, disse que sua amizade com o presidente Johnson influenciou sua opinião.
Steinbeck ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1962.
Autor de "Ratos e Homens" cultivou amizades com a elite da literatura engajada dos EUA, tendo como íntimo o dramaturgo Arthur Miller
John Steinbeck, célebre escritor norte-americano, morre em Nova York em 20 de dezembro de 1968, aos 66 anos. Nascido em Salinas, Califórnia, de uma família de baixa classe média, cursou faculdade na Universidade Stanford, mas nunca se graduou. Em 1925 foi à Nova York onde tentou durante alguns anos ser um escritor ‘free-lance’. Fracassando, retornou à Califórnia. Após publicar alguns romances como O pônei vermelho (1933) e Ao Deus desconhecido (1933), tornou-se bastante conhecido com a sua Tortilla Flat (1935), uma série de histórias humorísticas sobre os hispânicos de Monterey.
Os romances de Steinbeck podem ser classificados de sociais ao tratar de problemas econômicos dos trabalhadores rurais. Todavia, há também um traço de adoração à terra em seus livros, o que nem sempre se afina com a abordagem sociológica realista.
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Após Tortilla Flat, passou a uma ficção mais séria, em geral acerba em sua crítica social como em Luta incerta (1936), que trata das greves dos migrantes catadores de frutas das fazendas da Califórnia. Seguiu-se Ratos e Homens (1937), a história do gigante deficiente mental Lennie. Em 1939 publicou o que é considerada como a sua melhor obra As vinhas da ira, a história de fazendeiros arrendatários de Oklahoma que, incapazes de ganhar a vida com sua lavoura, mudam-se para a Califórnia onde se tornam trabalhadores temporários.
Entre suas últimas obras, pode-se mencionar A leste do Éden (1952); O inverno dos descontentes (1961) e Viajando com Charley (1962), em que Steinbeck escreve suas impressões durante uma viagem de três meses a bordo de um caminhão que o levou através de 40 estados norte-americanos.
Ratos e Homens foi escrito em forma de texto teatral em 1937. É a história de dois trabalhadores agrícolas itinerantes, George e Lennie, tentando ganhar o suficiente para comprar o seu próprio pedaço de terra. Entrelaça-se com temas como o racismo, solidão, preconceito contra os doentes mentais e a luta pela independência pessoal. Além de encenações teatrais por todo o mundo, foi transformado em filme três vezes: em 1939, estrelado por Burgess Meredith, Lon Chaney Jr. E Betty Field; em 1982 com Randy Quaid, Robert Blake e Ted Neeley e em 1992 com Gary Sinise e John Malkovich.
As vinhas da ira é publicado em 1939 e ganha o Prêmio Pulitzer no ano seguinte. O livro passa-se na Grande Depressão e descreve uma família de trabalhadores meeiros, os Joads, que têm de sair de sua terra devido às constantes tempestades de areia. O livro foi mal recebido entre setores da crítica que o consideraram excessivamente simpático à difícil situação econômica dos trabalhadores e demasiado crítico à lógica do capitalismo, porém causou enorme impressão entre a classe trabalhadora. A obra foi transformada em filme em 1940, estrelado por Henry Fonda e dirigido por John Ford.
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Em A leste do Éden, Steinbeck trata da natureza do bem e do mal, ambientado numa saga do Vale de Salinas. É a história de duas famílias: os Hamiltons, baseada nos próprios ancestrais de sua mãe, e os Trasks, retomando histórias bíblicas de Adão e sua progênie. O livro foi publicado em 1952 e também virou filme, em 1955, estrelado por James Dean e dirigido por Elia Kazan.
Os contatos de Steinbeck com escritores, jornalistas e líderes sindicais de esquerda influenciaram sua obra. Filiou-se à Liga dos Escritores Americanos, uma organização dirigida por comunistas, em 1935. Teve como conselheiros e amigos escritores tidos como radicais. Por intermédio de Francis Whitaker, membro do Clube John Reed de Escritores, ligado ao Partido Comunista dos Estados Unidos, encontrou-se com organizadores de greves da União de Trabalhadores na Indústria de Enlatados para a Agricultura.
Steinbeck foi amigo íntimo do dramaturgo Arthur Miller. Em junho de 1959, assumiu um risco profissional e pessoal ao estar ao seu lado, quando Miller recusou-se a fornecer nomes para o Comitê de Atividades Anti-Americanas do senador McCarthy.
Em 1967, quando foi enviado ao Vietnã para cobrir a guerra, descreveu um retrato simpático ao exército dos Estados Unidos levando a que o New York Post o denunciasse por trair seu passado de esquerda. O biógrafo de Steinbeck, Jay Parini, disse que sua amizade com o presidente Johnson influenciou sua opinião.
Steinbeck ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1962.
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