Tarso Genro faz balanço de um ano de governo e lança Conexões Globais 2.0
Governo gaúcho promove, de 25 a 28 de janeiro, em Porto Alegre, o Conexões Globais 2.0 – Festival Internacional de Cultura Livre, dentro da programação do Fórum Social Temático Crise Capitalista, Justiça Social e Ambiental (24 a 28 de janeiro). No lançamento do encontro, governador Tarso Genro fez balanço de um ano de governo e reafirma que uma de suas prioridades é implementar um projeto de radicalização da democracia e de abertura do Estado para a sociedade.
Marco Aurélio Weissheimer
Vídeo de divulgação do Conexões Globais 2.0 - Festival de Cultura Livre
Porto Alegre - Dando continuidade a uma prática que vem implementando desde o início de seu mandato, o governador Tarso Genro reuniu-se, ontem à noite, no Galpão Crioulo do Palácio Piratini, com um grupo de jornalistas, blogueiros e representantes de movimentos sociais e da comunidade cultural. O encontro teve um duplo objetivo: Tarso fez um rápido balanço de seu primeiro ano de governo e lançou o Conexões Globais 2.0 – Festival Internacional de Cultura Livre, evento que será realizado em Porto Alegre de 25 a 28 de janeiro, dentro da programação do Fórum Social Temático Crise Capitalista, Justiça Social e Ambiental (24 a 28 de janeiro). Também participaram da conversa a secretária estadual de Comunicação e Inclusão Digital, Vera Spolidoro, e o secretário estadual da Cultura, Luiz Antonio de Assis Brasil.
Ao fazer o balanço de seu primeiro ano de governo, Tarso reafirmou o que disse – e que causou uma certa polêmica – em recente entrevista à rádio Gaúcha. Indagado sobre qual seria a marca deste primeiro ano, ele respondeu que a marca do governo era não ter marca. “É isso mesmo”, repetiu ontem. “Nós atacamos em várias frentes e encaminhamos soluções para as questões fundamentais do Estado”. A estratégia que orienta essas soluções, explicou o governador, é a busca de um modelo de desenvolvimento, com crescimento econômico, inclusão social, educacional e produtiva, e radicalização da democracia, este último um dos pontos mais recorrentes em sua fala. “Nós queremos crescimento, mas sem permitir concentração de renda e de poder”, resumiu.
Mas o governo teve, afinal, suas realizações em 2011. Tarso citou algumas delas: na área social, por exemplo, o programa RS Mais Igual (complementar ao programa federal Brasil sem Miséria), o Plano Safra Estadual para fortalecer o apoio à agricultura familiar e o início da recuperação do salário mínimo regional. Na área da Cultura, destacou o início do trabalho de recuperação de importantes espaços públicos como a Casa de Cultura Mário Quintana e o anúncio da construção do Teatro da OSPA. Uma terceira realização destacada pelo governo é a do Gabinete Digital, apontado por ele como um instrumento chave no projeto de radicalização da democracia e de ampliação dos espaços públicos de controle social do Estado.
A ideia de criar estruturas de participação em rede é um dos alicerces desse processo de “radicalização da democracia” que o governador Tarso Genro quer implementar. A secretária de Comunicação, Vera Spolidoro, destacou três políticas que estão articuladas com esse objetivo: o Plano Gaúcho de Banda Larga e o Plano Gaúcho de Inclusão Digital, que iniciará pelas áreas rurais, e a recuperação da Casa de Cultura Mário Quintana, que será transformada em um espaço de cultura e inclusão digital.
Responsável pela área da Cultura, Luiz Antonio de Assis Brasil, disse que um dos desafios centrais que está enfrentando é articular as manifestações culturais mais tradicionais do Estado com as novas formas (e demandas) de cultura digital. Sucateada durante o governo Yeda, a Casa de Cultura Mário Quintana será um dos pontos de convergência desse processo.
Conexões Globais 2.0: encontro entre cultura popular e digital
Articular as manifestações e ferramentas de Cultura Digital com as demandas por democracia real feitas por mobilizações de jovens em vários cantos do mundo: foi assim que o secretário adjunto da Cultura, Jéferson Assumção resumiu o espírito do Conexões Globais 2.0 – Festival de Cultura Livre, que será realizado na Casa de Cultura Mário Quintana, em Porto Alegre, de 25 a 28 de janeiro de 2012. A ideia é transformar a Casa de Cultura em um ponto de efervescência cultural, digital e política durante os dias de realização do Fórum Social Temático na capital gaúcha.
Um dos principais articuladores do encontro, Marcelo Branco lembrou ontem, na apresentação realizada no Galpão Crioulo do Palácio Piratini, os primórdios do movimento internacional nascido nas manifestações contra a OMC em Seattle e que deram origem ao Fórum Social Mundial. “O Fórum de 2001 conectou movimentos sociais de cinco continentes com uma quebra de paradigma importante: não foi organizado pelos tradicionais partidos e sindicatos”. Dez anos depois, acrescentou, vemos milhares de jovens nas ruas da Espanha, por exemplo, questionando os limites do atual modelo de democracia representativa. “Esses movimentos em rede vem apresentando uma capacidade de mobilização muito maior que a das organizações políticas tradicionais”. O Conexões Globais 2.0 pretende trazer esse debate e essas conexões para Porto Alegre, retomando o fio que iniciou na capital gaúcho em 2001.
Conforme afirma a página do encontro, o Conexões Globais 2.0 “reunirá ativistas da cultura digital de diversos países, hiperlinkado ao Fórum Social Temático e ao Festival Internacional de Cultura Livre (FicLivre). A Casa de Cultura Mário Quintana também receber, no mesmo período, o Fórum de Mídia Livre, o que significa dizer que esse espaço será, provavelmente, o principal centro de mídia e cultura durante o Fórum Social Temático que ocorrerá em Porto Alegre, Canoas, Novo Hamburgo e São Leopoldo.
A programação do Conexões Globais 2.0, segundo os organizadores, “inclui diálogos e webconferências (com ativistas que participaram de mobilizações em outras partes do mundo) sobre temas como mídias sociais, sustentabilidade, direitos na internet e democracia 2.0. Também serão realizadas oficinas voltadas para a troca de saberes e a capacitação para o uso das novas tecnologias”.
A ideia, diz ainda a página do evento, é organizar um grande encontro entre a cultura popular e a cultura digital: “A programação inclui música, mostra de filmes, Vjs, Djs, artes plásticas, fotografia, grafite etc. O evento terá transmissão ao vivo via internet e – no mesmo espírito do Conexões -, toda a comunicação será colaborativa, ou seja, produzida por quem estiver participando do encontro.
Porto Alegre, que quer receber de volta o Fórum Social Mundial, em 2003, voltará a pulsar, no final de janeiro de 2012, no ritmo de uma cidade que acolhe o mundo e suas mais atuais e graves inquietações.
Fotos: Caco Argemi/Palácio Piratini
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