Com a Copa no Brasil pegando fogo e a Argentina jogando daqui a pouco em São Paulo, sei que pouca gente vai se interessar por este assunto. Mas, como já disse o Felipão, a vida continua fora dos gramados e é preciso ficar atento aos lances que vão definir as eleições de outubro. A partir desta terça feira, faltam apenas três meses e cinco dias para os torcedores que também são eleitores irem às urnas decidir o nosso futuro. A campanha eleitoral começa hoje, oficialmente.
Passada a régua nas convenções partidárias que definiram candidaturas e alianças nos 23 Estados e na disputa nacional, já dá para ter uma ideia da pulverização partidária que marca as eleições deste ano. Com mais de 30 partidos registrados no TSE _ duvido que algum leitor saiba o que querem dizer as siglas de todos eles _ um levantamento das pesquisas já publicadas sobre os principais candidatos nos dez maiores colégios eleitorais do país revela que nenhum dos grandes partidos está na liderança em mais do que dois Estados.
O PSDB está na frente em São Paulo, com Geraldo Alckmin, e em Goiás, com Marconi Perillo, dois candidatos à reeleição. Principal aliado do governo Dilma, o PMDB lidera no Ceará, com Eunício Oliveira, e no Pará, com Hélder Barbalho.
Fora isso, cada partido ponteia em apenas um Estado cada um: PT, em Minas (Fernando Pimentel); PSD, em Santa Catarina (Raimundo Colombo); PR, no Rio de Janeiro (Anthony Garotinho); DEM, na Bahia (Paulo Souto); PC do B, no Maranhão (Flávio Dino) e PTB, em Pernambuco (Armando Monteiro Neto). O PSB, do presidenciável Eduardo Campos, não tem por enquanto candidato competitivo em nenhum Estado, mostrando a fragilidade das alianças feitas pela chamada terceira via no plano federal, atraindo apenas partidos nanicos.
Claro que este quadro pode mudar quando começarem as campanhas para valer, em agosto, com o início da propaganda eleitoral no rádio e na TV. Dificilmente, porém, pelo que vimos até agora, teremos grandes surpresas ou novidades. Em sua maioria, os líderes nas pesquisas carregam nomes ou sobrenomes de velhos carnavais já bastante conhecidos do eleitorado.
A registrar como fora da curva, apenas a indigente campanha do PT em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, onde, até o momento, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, candidato bancado por Lula, ostenta um índice de partido nanico: apenas 3% no último Datafolha. A situação é tão grave, faltando pouco tempo para a eleição, que até o PP de Paulo Maluf abandonou o barco petista e aderiu a Paulo Skaf, do PMDB, segundo colocado nas pesquisas.
No fim, Serra conseguiu
Já na prorrogação do tempo regulamentar, como tem acontecido muito na Copa, o ex-governador paulista José Serra, depois de provocar um salseiro na chapa sonhada por Geraldo Alckmin, levando à debandada do PSD de Gilberto Kassab para o PMDB, conseguiu o que queria.
Em reunião com os caciques tucanos que avançou pela madrugada, Serra foi lançado como candidato único ao Senado na aliança liderada pelo PSDB, tendo na suplência seu desafeto político José Aníbal, que também cobiçava a vaga.
Foi a sua segunda vitória seguida em dois dias: na segunda-feira, ele havia conseguido emplacar seu aliado Aloysio Nunes Ferreira, senador tucano de São Paulo, como vice na chapa presidencial de Aécio Neves.
Quem sabe agora o PSDB consiga, finalmente, a tão sonhada unidade partidária que faltou nas últimas campanhas. Personagem noturno, Serra pode repetir que não há nada como um dia após o outro, com uma noite no meio.
R7
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