Denise Assis, do Jornalistas pela Democracia, aponta em artigo que o governo "vai muito mal. Visivelmente fragilizado". "Há um refluxo no poder daquele que chegou com tudo, fatiando o país e vendendo, como bandidos em desmonte no ferro velho. A pergunta que se faz é: de que maneira e quem vai se aproveitar dessa pequena margem de recuo que hoje está posta? Há um espaço a ser ocupado"
A despeito dos 0,4% de crescimento do PIB, com o setor de serviços em expansão, algum crescimento no setor de construção e uma certa retomada na indústria de transformação, o governo vai muito mal. Visivelmente fragilizado.
Bolsonaro a cada diz faz jus ao codinome “Bozo”, pois se comporta como um palhaço animador de programa de auditório, sem o público que Bozo arrebanhou em seus anos de glória. Sua plateia ao vivo - como trabalhava Bozo - é composta por meia dúzia de repórteres e cinegrafistas, enviada pelos editores para a porta do Planalto, a fim de colher suas frases patéticas. Confiam que em algum momento saia algo que preste. Ou melhor, cumprem o papel de exibir o presidente tal como ele se apresenta. Um bobo, tosco e desinformado.
De tanto se expor e alardear a sua ignorância e malignidade, o mundo o elegeu como inimigo e os empresários que respaldaram a sua candidatura, com exceção dos financistas e a turma encastelada da Fiesp (que continuam dando apoio por ideologia e convicção), já resmungam pelos cantos, sob o impacto do revés que a explosão do desmatamento fez na imagem do país e dos seus produtos. Cerca de 18 empresas como a Timberland, a VF Corporation e outras compradoras do couro do Brasil já cancelaram as suas encomendas, bem como as que utilizam a soja do país em seus produtos.
Isto enfraquece qualquer governo, e não vai ser um pulinho no PIB que irá acalmá-los. É visível a perda da confiança no “mito” (assim mesmo, com minúscula). Há uma ainda tímida, mas sensível debandada entre políticos tal como o Kim Catacoquinho e o Frota, seus críticos em cena aberta. O ranger de dentes entre os do baixo clero, que fecharam incondicionalmente com ele um dia, já se faz ouvir no palácio.
Há um refluxo no poder daquele que chegou com tudo, fatiando o país e vendendo, como bandidos em desmonte no ferro velho. A pergunta que se faz é: de que maneira e quem vai se aproveitar dessa pequena margem de recuo que hoje está posta? Há um espaço a ser ocupado. Há dois dias Mourão ressurgiu na cena política, com o seu estilo “conciliador de media training”. Está na hora de mudar a direção da caravana, deixar de pregar para os convertidos do Nordeste e rumar, por exemplo, para Santa Catarina e o Paraná, onde poderemos contar para aqueles senhores antes apoiadores raivosos a ponto atirar no ônibus que pensavam estar conduzindo o ex-presidente Lula, que eles correm risco de encalhe em seus produtos.
É bom alertá-los que os consumidores europeus não esperaram as empresas cancelar contratos de compra. Eles mesmos já optaram por deixar nas prateleiras os produtos do país que tem um presidente deseducado, falastrão, inimigo do meio ambiente, da ciência e da educação. Há uma insatisfação encubada, esperando o surgir de uma liderança, ou uma frente, com um discurso mais contundente, a ponto de motivar as ruas. Sim, há um líder pronto, preso em Curitiba, mas enquanto setembro não vem... Há um vazio a ser preenchido.
Brasil 247
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