Os ministros Paulo Guedes e Sérgio Moro com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto - Foto Orlando Brito
Além de passar o Coaf para o Banco Central, operação com o claro objetivo de destituir seu atual presidente, o governo quer esquartejar a Receita, transformando parte dela numa autarquia. A narrativa oficial alega que a intenção seria despolitizar o órgão, como se a tal politização apontada pelo Planalto viesse de funcionários e auditores de carreira.
Ao que parece, trata-se exatamente do contrário. Transformada em autarquia é que a Receita ficará sujeita a indicações de chefes e diretores de fora de seus quadros. Parece o contrário do que se está fazendo com o Coaf com sua transferência para o Banco Central. Mas não é. Nesse caso específico, a mudança tem o objetivo de afastar seu atual presidente sem maiores exposições para Bolsonaro e os ministros Sergio Moro e Paulo Guedes. Para quê?
Receita e Coaf têm sido, sim, instrumento de abusos na fúria investigativa que tomou conta do país nos últimos anos. Afinal, quebrar sigilos bancários e fiscais não é a banalidade que algumas autoridades do Ministério Público gostaria que fossem. Fiscais da Receita podem ter extrapolado, por exemplo, ao fuxicar e vazar sigilos de mulheres de ministros do STF a fim de buscar elementos que os incriminassem – qualquer elemento. Em alguns casos, pode-se até usar a palavra perseguição.
Bolsonaro e o filho Flávio – Foto Orlando Brito
Mas há formas e formas de se combater excessos pela via judicial e até administrativa. Desmantelar os órgãos de fiscalização, como Bolsonaro parece estar fazendo, é um procedimento semelhante a tirar o sofá da sala. Abusos são cometidos por pessoas, e não por instituições.
Os Divergentes


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