O ministro da Educação do governo Bolsonaro (PSL), Abraham Weintraub, vai estimular as universidades federais a contratarem professores e técnicos pelo regime CLT (carteira assinada). Atualmente, os docentes são obrigados a passar por concurso público, que tem uma série de exigências.

(Foto Izabel Santos/Amazônia Real)

A nova forma de contratação facilitará a entrada de professores incompetentes e de viés ideológico de extrema-direita.

O governo trava uma guerra ideológica para aparelhar todas as universidades públicas com apadrinhados, abrindo um verdadeiro cabide de emprego para extremistas sem qualificação. Isso já tem acontecido com a nomeação de reitores. Com essa nova mudança, os reitores apadrinhados poderão contratar quem quiser para o cargo de professor.

A mudança na contratação será exigência para a entrada das instituições de ensino superior no Future-se, programa anunciado este ano pelo MEC para captar dinheiro da iniciativa privada. Sem concurso, o governo Jair Bolsonaro fará seleção ideológica para professores. “O que acontece é que o teto (federal de gastos) estrangulou a gente”, disse o titular da pasta ao jornal O Estado de S.Paulo.

O chefe do MEC não tem experiência em gestão de políticas educacionais. Trabalhou 18 anos no Banco Votorantim, onde foi economista-chefe. Após ser demitido, seguiu para a Quest Corretora. Depois tornou-se professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Também vale ressaltar que Elizabeth Guedes, irmã do ministro da Economia, Paulo Guedes, é vice-presidente e proprietária da Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup).

Ao justificar a sua defesa pela contratação de professores sem concurso público, o ministro alega falta de recursos e afirma que, segundo estudos do MEC, 85% da verba nas federais é gasta com pessoal.

“As faculdades e universidades que aderirem ao Future-se vão ter de passar a contratar via CLT e não mais via concurso público, um funcionário público com regime jurídico único”, afirma.

Também voltou a dizer que muitas universidades federais, maiores centros de pesquisa do país ao lado das universidades estaduais, são palcos de “balbúrdia”. “As universidades são caras e têm muito desperdício com coisas que não têm nada a ver com produção científica e educação. Têm a ver com politicagem, ideologização e balbúrdia. Vamos dar uma volta em alguns campus por aí? Tem cracolândia. Estamos em situação fiscal difícil e onde tiver balbúrdia vamos pra cima”, acrescentou. (Do 247/ Carta Campinas)


Carta Campinas

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