Primeiro lote do chocolate Yanomami será vendido neste sábado, no Festival pelo Povos da Floresta, em São Paulo. Produto chama atenção para a causa indígena contra mais 20 mil invasores de terras
Matheus Mendes/Divulgação
Vendas ocorrerão neste sábado (14), durante o Festival, e depois pelo site demendes.com e nas redes sociais
São Paulo – O Festival pelos Povos da Floresta apresenta, neste sábado (14), a partir das 10h, o primeiro lote do Chocolate Yanomami. Uma produção de cacau nativo da Amazônia que conta com mil barras de 50 gramas, que estarão à venda no Mercado de Pinheiros, na zona oeste da cidade de São Paulo.
Com apoio do Instituto Socioambiental (ISA), o chocolate, produzido na comunidade Waikás, na Terra Indígena Yanomami, onde vivem os povos Yanomami e Ye’kwana, dá uma prova do gosto da floresta em pé e da importância do território preservado e demarcado. É o que destaca o chocolatier César de Mendes, convidado inicialmente pelo ISA para avaliar o potencial do Chocolate Yanomami e responsável por desenvolver junto à comunidade indígena o processo de confecção do produto.
“A ideia do cacau, do chocolate, tem esse papel também de contribuir, gerar renda e alternativa a essa pressão e sedução que o garimpo promove junto às comunidades indígenas (…) É até muito simbólico, icônico, no sentido de representar essa resistência, desse afrontamento que a sociedade branca, como eles (indígenas) costumam dizer, faz contra a cultura deles”, destaca o chocolatier em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, nos estúdios da Rádio Brasil Atual.
Com 9,6 milhões de hectares, a Yanomami é maior Terra Indígena do Brasil, mas tem sido alvo de cobiça de grupos ligados à eleição do presidente Jair Bolsonaro, que reiteradamente afirma seu intenção de liberar o garimpo nas TIs. De acordo com o ISA, calcula-se hoje que o território tenha sido invadido por mais de 20 mil garimpeiros.
Para frear esse processo de devastação, o ISA espera com o projeto do Chocolate Yanomami beneficiar um total de 1.142 pessoas, de cinco comunidades. Há previsão é de plantio de até 7 mil pés de cacau até 2021.
“Fizemos essa primeira oficina, um processo que costumo chamar de tecnologia social em que, na verdade, você oferta informações, técnicas e procedimentos para fazer a colheita, a seleção desses frutos, depois a fermentação e a secagem, que a gente chama também da feitura de cacau fino para poder fazer chocolates especiais”, explica Mendes sobre o fruto, que tem peculiaridades em relação a outras espécies, permitindo a formulação de um chocolate fino, com 69% de cacau, 2% de manteiga de cacau e 29% de rapadura orgânica.
Produzidos em condições artesanais, os chocolates ainda refletem o modo de viver dos indígenas e sua cultura de subsistência. ‘Eles aceitam muito bem a informação, acolhem e respeitam”, observa o chocolatier. Com as vendas, a maior parte do valor arrecadado será revertido para a Associação dos Indígenas Yanomami e Ye’kwana. No lançamento deste no sábado, está marcado um bate-papo com Mendes e o líder indígena Júlio Ye’kwana.
O Mercado Municipal de Pinheiros fica na Rua Pedro Cristi, 89, próximo ao metrô Faria Lima.
Ouça a entrevista:
Com apoio do Instituto Socioambiental (ISA), o chocolate, produzido na comunidade Waikás, na Terra Indígena Yanomami, onde vivem os povos Yanomami e Ye’kwana, dá uma prova do gosto da floresta em pé e da importância do território preservado e demarcado. É o que destaca o chocolatier César de Mendes, convidado inicialmente pelo ISA para avaliar o potencial do Chocolate Yanomami e responsável por desenvolver junto à comunidade indígena o processo de confecção do produto.
“A ideia do cacau, do chocolate, tem esse papel também de contribuir, gerar renda e alternativa a essa pressão e sedução que o garimpo promove junto às comunidades indígenas (…) É até muito simbólico, icônico, no sentido de representar essa resistência, desse afrontamento que a sociedade branca, como eles (indígenas) costumam dizer, faz contra a cultura deles”, destaca o chocolatier em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, nos estúdios da Rádio Brasil Atual.
Produzida em condições artesanais, barra de chocolate foi moldada em folha de bananeira (foto)
Para frear esse processo de devastação, o ISA espera com o projeto do Chocolate Yanomami beneficiar um total de 1.142 pessoas, de cinco comunidades. Há previsão é de plantio de até 7 mil pés de cacau até 2021.
“Fizemos essa primeira oficina, um processo que costumo chamar de tecnologia social em que, na verdade, você oferta informações, técnicas e procedimentos para fazer a colheita, a seleção desses frutos, depois a fermentação e a secagem, que a gente chama também da feitura de cacau fino para poder fazer chocolates especiais”, explica Mendes sobre o fruto, que tem peculiaridades em relação a outras espécies, permitindo a formulação de um chocolate fino, com 69% de cacau, 2% de manteiga de cacau e 29% de rapadura orgânica.
Produzidos em condições artesanais, os chocolates ainda refletem o modo de viver dos indígenas e sua cultura de subsistência. ‘Eles aceitam muito bem a informação, acolhem e respeitam”, observa o chocolatier. Com as vendas, a maior parte do valor arrecadado será revertido para a Associação dos Indígenas Yanomami e Ye’kwana. No lançamento deste no sábado, está marcado um bate-papo com Mendes e o líder indígena Júlio Ye’kwana.
O Mercado Municipal de Pinheiros fica na Rua Pedro Cristi, 89, próximo ao metrô Faria Lima.
Ouça a entrevista:
Rede Brasil Atual


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