Presidente da CUFA Global (Central Única das Favelas), Preto Zezé falou à TV 247 sobre o embate que vem sendo travado no Brasil entre proteger a economia ou a vida da população. “Se eu protejo a massa que gera riqueza no país, eu protejo a economia”, disse. Assista
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| Jair Bolsonaro, Paulo Guedes e Preto Zezé (Foto: ABr | Reproddução) |
Presidente da CUFA Global (Central Única das Favelas), que tem representação na ONU, Preto Zezé falou de Fortaleza à Regina Zappa, na TV 247, sobre a agenda de inclusão que surgiu pressionada pela crise do coronavírus e disse que ficou claro para o Brasil o que é emergencial e prioritário. “Precisamos fazer uma repactuação e o Brasil tem que se construir como nação. A hora de acertar o rumo do Brasil é agora”, afirmou.
Segundo Preto Zezé, o fato de a pandemia mostrar com muita clareza a desigualdade no Brasil não vai resolver a questão da moradia, da fome e da exclusão. Mas a pandemia trouxe à tona, ele disse, a agenda da inclusão. “Por incrível que pareça, a agenda da inclusão está posta na mesa da elite brasileira. Tem três elementos que comprovam isso: primeiro, o surgimento de um movimento na sociedade por uma renda básica, aprovada em tempo recorde no Congresso. Segundo, uma agenda para aportar dinheiro para o SUS. E agora um debate no Senado sobre a renda básica permanente. E isso num ambiente em que estava em ascensão a agenda de austeridade e de cortes, em que estava em curso o debate do estado mínimo. Nesse cenário, o Covid-19 vem e constrói um cavalo de pau em que uma agenda pública, da sociedade, se impõe numa onda de luta contra a desigualdade”.
“Na favela o Estado mínimo é permanente. Queremos participar do debate da economia. Até há pouco a favela produzia o PIB de um Uruguai inteiro”, complementou
Zezé ressaltou que proteger o povo é também proteger a economia, já que é a “massa” é quem gera a riqueza brasileira. “Não tem como projetar o futuro porque estamos construindo o futuro pós-Covid agora, e agora a agenda é de inclusão, de proteção social porque isso também é proteger a economia. Se eu protejo a massa que gera riqueza no país, eu protejo a economia. É preciso preservar a vida agora porque quem morre eu cuido só de enterrar, mas as empresas falidas eu posso recuperar.”
Preto Zezé disse ainda que não tem essa história de “quem paga a conta” depois. “Quem paga é o Estado brasileiro, que recebe muito tributo.[...] É hora do Estado retribuir toda a riqueza que essa população tem gerado. Quem paga mais imposto é a favela porque é a que tem menos retorno.”
Para ele, a favela tem dado lição de equilíbrio psicológico e se mantido “equilibradíssima”, apesar de todos os problemas e desigualdade. “Mas se tirar a perspectiva de que o amanhã vai ser melhor, você estará ligando uma bomba relógio. Isso é um alerta. As elites políticas e econômicas do nosso país precisam entender o quão graves e corrosivas são a fome e a desigualdade e como podem ser inflamáveis.”
Preto Zezé fala de uma repactuação, da necessidade d o Brasil se construir como nação. Afirma que “estamos no mesmo mar, mas não no mesmo barco”. “Lutamos para que as favelas acabem. A esperança é uma opção política nossa, é nossa bandeira acabar com o estigma da violência da favela. Temos que dar luz agora às boas práticas, sem depender de partido, até porque essa agenda da [inclusão] é permanente passam. É preciso construir agora o amanhã que queremos.
Inscreva-se na TV 247 e assista à entrevista na íntegra:
Brasil 247

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