Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil |
Relatório da procuradora do Ministério Público de Contas de São Paulo aponta “caos” nos gastos públicos em saúde durante a pandemia
Jornal GGN – Com o início da pandemia, o governo federal destinou cerca de 730 bilhões de reais de gastos extras para o enfrentamento da Covid-19, sendo que, destes, R$72 bilhões iriam exclusivamente para o Sistema Único de Saúde (SUS). O que o relatório da Élida Graziane Pinto, procuradora do Ministério Público de Contas de São Paulo aponta, é que o dinheiro extra está sendo destinado para outras necessidades, incluindo para gastos militares, que aumentaram 13 vezes no último ano.
A coluna de Malu Gaspar no “O Globo” revela o caos descoberto no sistema de saúde e que poderá ser investigado pelos senadores na CPI da Covid. Do dinheiro destinado para o SUS, 140 milhões de reais foram para o ministério da Defesa, que não faz parte do Sistema Único de Saúde e tampouco aceitou tratar civis com Covid-19 em seus hospitais. Outros 80 milhões de reais foram para a Secretaria de Aviação Civil.
Além do dinheiro do SUS, o relatório aponta que o ministério da Defesa também se apropriou do dinheiro do chamado “Orçamento de Guerra”, que também serviria para o combate da pandemia. O dinheiro foi usado para gastos de rotinas do exército, como compra de veículos de tração (R$22 milhões) e uniformes (R$1,2 milhão). Além de roupas de cama, material esportivo e veterinário.
O relatório realizado pela procuradora do Ministério Público de Contas de São Paulo aponta que a maior parte do dinheiro foi repassado para as comissões aeronáuticas brasileiras em Washington (R$ 55 milhões) e na Europa (R$ 7,8 milhões), para a Comissão do Exército Brasileiro em Washington (R$ 3,113 milhões) e para o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (R$ 1,067 milhão).
Pela análise da procuradora, o governo Bolsonaro passou por três fases distintas durante a pandemia. A primeira foi no início, no primeiro semestre de 2020, em que o dinheiro demorou a ser liberado e não foi investido em saúde básica, como postos de atendimento e saúde da família.
Na segunda fase, de acordo com Élida, os recursos foram liberados no último semestre do ano passado, mas o repasse orçamentário foi pautado em questões políticas, sendo o dinheiro levado às bases governistas, cidades pequenas e sem grandes demandas de saúde.
A terceira fase se dá nesse ano, quando os recursos estão sendo usados para cobrir outros gastos que não têm ligação com o Sistema Único de Saúde, usando os créditos extraordinários, destinados ao combate da pandemia, em órgãos militares.
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