Jungmann foi ministro da Defesa durante o governo de Michel Temer | Clauber Cleber Caetano/PR


ConJur

Um teatro promovido por Jair Bolsonaro na tentativa de demonstrar força, revelando, isto sim, sua fraqueza. Essa é a leitura do ex-ministro da Defesa e da Segurança Pública Raul Jungmann a respeito do desfile de veículos militares em frente ao Palácio do Planalto, previsto para esta terça-feira (10/8), mesmo dia em que deve ocorrer a votação da PEC do voto impresso no Plenário da Câmara.



O objetivo do desfile é entregar ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Defesa, Braga Netto, convites para um exercício da Marinha marcado para 16/8. Trata-se da Operação Formosa, que ocorre desde 1988 na cidade de mesmo nome, em Goiás, a cerca de 90 quilômetros de Brasília. É o maior treinamento da Marinha no Planalto Central e será a primeira vez em que o convite ocorrerá com uma marcha de blindados sobre a capital federal.

"O presidente tenta com esse teatro criar a ilusão de que as Forças Armadas apoiam o seu constrangimento dos demais Poderes e ameaças. Não existe nada disso. As Forças Armadas estão de fato com a Constituição e não vão se afastar disso. E o presidente visa passar a impressão contrária", diz Jungmann.

Mas a cartada de Bolsonaro, segundo o ex-ministro, pode ser triplamente desastrosa. Por uma lado, porque a Câmara não aceitará esse tipo de pressão e, assim, não aprovará a PEC. Além disso, o efeito internacional gerado pelo desfile será desastroso, segundo Jungmann. "Terceiro, é uma manifestação não de força, mas de fraqueza, de jus sperniandi, de perdedor, que quer criar uma falsa impressão de que tem força para que não tem, que é tirar o Brasil dos trilhos democráticos", completa.

Operação Formosa
Segundo a Marinha, a operação contará com mais de 2,5 mil militares, das três Forças. A participação do Exército e da Aeronáutica também é inédita. Foram transportadas 1,5 mil toneladas de equipamentos do Rio de Janeiro para Brasília, num deslocamento de mais de 1,4 mil km.

Ao todo, entre blindados, carros de combate, lançadores de mísseis e foguetes e aeronaves, serão 150 veículos, que simularão uma operação anfíbia. O ministério da Defesa, no entanto, não especificou quantos deles passearão pelo Palácio do Planalto e arredores. 

conjur.com.br

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