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Viomundo
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Companheira de Assange pede que Joe Biden arquive processo contra fundador do Wikileaks
Marie Boëda, da RFI
Há uma semana, o Supremo Tribunal do Reino Unido decidiu que o fundador do WikiLeaks poderia ser extraditado para os Estados Unidos. Esta é uma grande vitória para Washington em sua batalha para obter a extradição de Julian Assange. O ativista pode ser condenado a até 175 anos de prisão. Em entrevista exclusiva à RFI, a advogada e companheira de Assange, Stella Morris, pede que o presidente Joe Biden coloque fim ao processo.
Morris, que é mãe dos dois filhos de Assange, diz que a proposta do governo norte-americano de uma sentença de 4 a 6 anos de prisão não é o bastante. Para ela, o caso de Assange representa uma ameaça à imprensa livre no mundo.
“A coisa toda é uma farsa. A última decisão de que Julian pode ser extraditado é totalmente incompreensível. Julian não apenas pode ser condenado a uma pena de 175 anos de prisão, mas a condição na qual Julian provavelmente será preso, em solitária, irá matá-lo, levá-lo ao suicídio. O caso em si é um ataque frontal à liberdade de imprensa, não apenas nos Estados Unidos, mas no mundo inteiro. O governo defende uma ação de espionagem contra um editor por conta de uma atividade jornalística”, considera Stella, durante uma conversa com a RFI em um café de Londres.
Companheira de Assange há cinco anos, Morris afirma que o ativista tem sentido duramente sua prisão.
“Imagine estar em uma prisão de segurança máxima, acusado de cometer um ato de jornalismo e condenado à morte. Estar separado de sua família, sem saber até quando”, afirma.
Prisão política
É por razões humanitárias que Morris quer que o presidente Joe Biden ponha fim ao pedido de extradição e arquive o caso contra o fundador do Wikileaks. “A saúde de Julian está em sério declínio. É por isso que estamos pedindo a Biden que pare a extradição, encerre o caso imediatamente e deixe Julian ir para casa.”O grupo de advogados que defendem Assange vai recorrer da decisão da corte superior britânica. O prazo para uma decisão final é 23 de dezembro.
“A novidade é que sabemos agora que os EUA fizeram planos para matar Julian na embaixada. Isto tem sido discutido nos mais altos níveis do governo dos EUA. Então é esse o contexto desta extradição. E é completamente impensável que o Reino Unido concordasse em extraditar alguém quando se sabe que o país solicitante planejava matá-lo. Este é um assunto político e é por isso que o resultado é tão absurdo. Tem que ser resolvido a nível político. Quando se trata de um caso político, o sistema judicial tem que ser robusto, caso contrário, é incapaz de fazer justiça.”
Morris pede a intervenção do primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e do presidente Biden.
Às vésperas de mais um Natal em que Assange passará longe dos dois filhos que tem com Morris, sua companheira não tem em seu horizonte o fim da batalha judicial.
Para defender o ativista, que divulgou documentos sobre as ações irregulares dos Estados Unidos durante as guerras do Afeganistão e do Iraque, Morris cogita entrar com uma ação na Corte Europeia.

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