A inércia do ex-procurador-Geral da República fortaleceu a escalada do bolsonarismo, aponta colunista em jornal
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Dayane Santos
3–4 minutos
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| Augusto Aras e Paulo Gonet (Foto: Leonardo Prado/PGR | Carlos Moura/SCO/STF) |
247 - A denúncia apresentada pelo procurador-geral da República Paulo Gonet contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas, por tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada, trouxe à tona a omissão da gestão de Augusto Aras. É o que aponta o artigo de Frederico Vasconcelos, públicado na Folha de S. Paulo deste sábado (22).
Embora não tenha sido citado na peça acusatória e não seja suspeito de incentivar o golpe, Aras ignorou pedidos para conter o bolsonarismo.
"Os fatos listados na denúncia permitem situar episódios em que o ex-PGR ignorou pedidos para conter a escalada de violência que resultou no vandalismo de 8 de janeiro. Aras foi tolerante com o discurso do ódio", afirma o articulista.
Durante sua gestão, Aras foi tolerante com o discurso de ódio e evitou investigar Bolsonaro por eventuais crimes de responsabilidade, como na condução da pandemia. Quando subprocuradores-gerais solicitaram que ele recomendasse ao então presidente evitar manifestações contra a política de saúde pública, Aras arquivou o pedido e criticou os próprios procuradores.
A omissão também se refletiu na falta de investigação sobre os abusos de poder cometidos por Bolsonaro em relação às eleições. Paulo Gonet, por sua vez, também foi questionado por membros do Ministério Público Federal sobre sua demora em agir contra Bolsonaro em 2021, quando o ex-presidente questionou a segurança do sistema eletrônico de votação e insinuou medidas de força contra o Judiciário.
Vasconcelos lembra que a tentativa de golpe promovida pelo bolsonarismo escancarou a inversão institucional em que a Advocacia-Geral da União assumiu um papel que caberia ao Ministério Público.
Entre as consequências mais graves da inoperância de Aras, destaca-se a operação ilegal da Polícia Rodoviária Federal para dificultar o voto de eleitores de Lula no Nordeste.


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