54% dos entrevistados pelo instituto enxergam a ruptura da tornozeleira de Bolsonaro como parte de um plano de fuga; e 33% acreditam em surto.
Pesquisa publicada pelo Instituto Datafolha no domingo (7) indicou que 54% dos brasileiros acreditam na tentativa de fuga de Jair Bolsonaro da prisão domiciliar em novembro, enquanto outros 33% acreditam na tese de sua defesa, de que ele teria tentado romper a tornozeleira eletrônica em meio a um surto psicótico. 13% não formaram opinião.
O levantamento foi realizado entre os dias 2 e 4 deste mês, com 2 mil eleitores de 113 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa também indicou que a versão da iniciativa em meio ao surto é melhor difundida entre eleitores de regiões com maioria pró-Bolsonaro (Sul e Norte/Centro-Oeste), enquanto no Nordeste, com maior preponderância de eleitores do presidente Lula, a ideia da fuga possui mais força.
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| Bolsonaro está preso na Superintendência da PF desde o dia em que tentou violar a tornozeleira eletrônica.Pedro Ladeira/Folhapress |
A tentativa de ruptura da tornozeleira eletrônica foi um dos principais motivadores da transformação da prisão domiciliar de Bolsonaro, no dia 22 de novembro, em prisão preventiva. O ex-presidente tentou abrir o aparelho durante a noite anterior com um ferro de solda, resultando em falha de funcionamento na madrugada.
À equipe de perícia, Bolsonaro afirmou ter agido por curiosidade. No dia seguinte, seus advogados disseram que ele tomou a iniciativa em meio a confusão mental provocada pelas medicações utilizadas para a crise de soluços, muitas delas com efeito psicoativo.
O ministro Alexandre de Moraes considerou a ruptura como parte de uma tentativa de fuga: a condenação de Bolsonaro estava próxima de ser declarada transitada em julgado; e seu filho, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), havia convocado apoiadores para realizar uma "vigília" na entrada do condomínio do ex-presidente, levantando suspeitas de criação intencional de tumulto.
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