Deputado é réu no Supremo, acusado de facilitar o contrabando de produtos florestais quando era ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro

O deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP) passará por interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF) nessa terça-feira (9/12) dentro do caso de um suposto contrabando de produtos florestais, da época em que era ministro do Meio Ambiente do governo de Jair Bolsonaro.
Além do ex-ministro, serão ouvidos nesta terça outros cinco réus ligados ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), incluindo o ex-presidente do órgão Eduardo Bim.
Réus interrogados nessa terça:
- Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente.
- Eduardo Fortunato Bim, ex-presidente do Ibama.
- André Heleno Azevedo Silveira, servidor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que atuava como coordenador de Inteligência de Fiscalização do Ibama.
- João Pessoa Riograndense Moreira, ex-diretor de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas do Ibama.
- Walter Mendes Magalhães Júnior, ex-superintendente do Ibama no Pará, que atuava como coordenador-geral de Fiscalização do órgão.
- Artur Vallinoto Bastos, analista ambiental do Ibama.
O interrogatório será presidido pela juíza Luciana Yuki Fugishita Sorrentino, auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, e realizado por videoconferência. No mesmo horário, a Primeira Turma do STF julga o núcleo 2 da trama golpista.
Ao todo, são 22 réus no processo sobre contrabando florestal. Ocorrerão interrogatórios também nos dias 10, 11 e 12 de dezembro, para ouvir os outros acusados. Os réus são suspeitos de praticar crimes como corrupção passiva, advocacia administrativa, organização criminosa e facilitação de contrabando.
O caso
A notícia-crime contra Ricardo Salles foi inicialmente apresentada em maio de 2020 por deputados e senadores de oposição ao governo vigente à época – de Jair Bolsonaro -, com base em vídeos gravados durante reunião ministerial que havia ocorrido um mês antes.
Na reunião, o então ministro do Meio Ambiente afirmou que aquele momento era uma oportunidade de “passar a boiada” e aprovar as reformas de desregulamentação e simplificação quanto à proteção ambiental, já que a imprensa estava focada na cobertura da Covid-19.
“Para isso precisa de um esforço nosso, enquanto estamos nesse momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só se fala de Covid, e ir ‘passando a boiada’, ir mudando todo o regramento, ir simplificando normas, de Iphan, de Ministério da Agricultura, Ministério do Meio Ambiente. Agora é a hora de unir esforços, para dar de baciada a simplificação regulatória que precisamos”, afirmou Salles na reunião.
Os fatos começaram a ser investigados pela Polícia Federal em maio de 2021, por meio da Operação Akuanduba.
Segundo manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o caso, a investigação mostrou a ação coordenada de servidores indicados por Salles para cargos de comissão do Ministério do Meio Ambiente, que supostamente teriam atuado para garantir interesses ilegítimos de empresas madeireiras.
Publicado originalmente por: Metrópoles
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