Jimmy Savile teria abusado de crianças e pacientes em hospitais pelo país
Um relatório divulgado nesta quinta-feira - e que chocou a Grã-Bretanha - revela que um dos mais conhecidos apresentadores de rádio e TV do país abusou sexualmente de pessoas com idades entre cinco e 75 anos durante décadas dentro de hospitais do Serviço de Saúde Britânico (NHS, na sigla em inglês).
Segundo a investigação, realizada a pedido do Departamento de Saúde da cidade de Leeds, Jimmy Savile , morto em outubro de 2011, cometeu os abusos em 28 hospitais de várias partes da Grã-Bretanha, incluido uma instituição psiquiátrica.O ministro da Saúde britânico, Jeremy Hunt, fez um pedido de desculpas em nome do governo e do NHS, afirmando que as vítimas foram "seriamente desrespeitadas".
Em pronunciamento na Câmara dos Comuns, Hunt disse que há um sentimento de repulsa profundo diante das revelações. E descreveu Savile como um alguém "repugnante" que cometeu abusos por mais de 50 anos.
Savile foi DJ de uma das maiores rádios da BBC e se tornou uma lenda da TV britânica por ter apresentado programas populares como Jim'll Fix It e o programa de sucessos musicais Top of The Pops, da BBC.
Um ano após sua morte, a rede britânica ITV levou ao ar um documentário com denúncias de que elee teria abusado sexualmente de crianças.
'Predador sexual'
As vítimas do "predador sexual oportunista", - como foi descrito no relatório -, incluíam pacientes, visitantes e funcionários de hospitais britânicos.As informações sobre os abusos ocorridos nos hospitais Leeds General Infirmary e Broadmoor são as mais detalhadas.
No hospital de Leeds, 60 pessoas, incluindo funcionários, afirmaram ter sido abusadas sexualmente quando tinham entre 5 e 75 anos de idade.
As ofensas variavam entre comentários indecentes a abusos sexuais, incluindo três casos de estupro entre 1962 e 2009.
Savile, conhecido por ter fixação por cadáveres, ainda teria, segunto a investigação, posado para fotos e encenado atos sexuais com corpos no necrotério do hospital.
O documento ainda cita falhas no controle do acesso de Savile a pacientes e a alas do hospital.
Entre essas, estariam um esquema precário de proteção dos pacientes, pouca eficiência dos mecanismos de reclamação e diretores "que não tiveram curiosidade" para saber o que estava acontecendo.
Ela disse que quando tentou contar o ocorrido às enfermeiras, elas começaram a rir.
"Depois que tudo acontece, você se sente suja e ridiculamente estúpida", disse ela.
"Eu não achava que era tão ingênua. Você tenta analisar e pergunta: será que eu poderia ter feito algo diferente para evitar o que aconteceu?
"Todos esses anos se passaram e até hoje eu realmente acho que não poderia ter feito nada".
Chave de ouro
Em 1988, Savile, então conhecido por suas atividades "filantrópicas", foi apontado como chefe de uma força-tarefa do Ministério da Saúde para supervisionar o hospital psiquiátrico de Broadmoor.O relatório apontou uma "cultura inadequada" no hospital, possibilitando relações sexuais entre funcionários e pacientes e impedindo que a verdade total viesse à tona.
O número de abusos cometidos por Jimmy Savile no local pode ser subestimado, já que muitos pacientes preferem esquecer o tempo que lá passaram e evitam falar de suas experiências.
O deputado Andy Burnham, do Partido Trabalhista, disse que ter dado "chaves de ouro" do hospital a Savile foi uma das maiores falhas do governo em termos de segurança de pacientes e proteção ao público já vistas.
"Há indícios de que Savile tenha sido apontado sem que houvesse qualquer checagem", ele disse à BBC.
O parlamentar defendeu a instauraão de um inquérito independente para apurar como o governo da época lidou com a situação.
Postar um comentário
-Os comentários reproduzidos não refletem necessariamente a linha editorial do blog
-São impublicáveis acusações de carácter criminal, insultos, linguagem grosseira ou difamatória, violações da vida privada, incitações ao ódio ou à violência, ou que preconizem violações dos direitos humanos;
-São intoleráveis comentários racistas, xenófobos, sexistas, obscenos, homofóbicos, assim como comentários de tom extremista, violento ou de qualquer forma ofensivo em questões de etnia, nacionalidade, identidade, religião, filiação política ou partidária, clube, idade, género, preferências sexuais, incapacidade ou doença;
-É inaceitável conteúdo comercial, publicitário (Compre Bicicletas ZZZ), partidário ou propagandístico (Vota Partido XXX!);
-Os comentários não podem incluir moradas, endereços de e-mail ou números de telefone;
-Não são permitidos comentários repetidos, quer estes sejam escritos no mesmo artigo ou em artigos diferentes;
-Os comentários devem visar o tema do artigo em que são submetidos. Os comentários “fora de tópico” não serão publicados;