O maior temor não é a acusação da prática da "rachadinha", mas o avanço de investigações que relacionem os Bolsonaro a integrantes de milícias do Rio


Por Helena Chagas


Senador Flávio Bolsonaro - Foto Orlando Brito

Quando as investigações do Caso Queiroz foram suspensas, há cerca de seis meses, por decisão do ministro Dias Toffoli pela utilização de dados do Coaf sem autorização judicial, o Ministério Público do Rio já tinha fartos elementos sobre a prática da “rachadinha” no gabinete do ex-deputado estadual Flávio Bolsonaro — e indícios de que o mesmo procedimento era adotado no gabinete do irmão vereador Carlos.


A operação de hoje nas residências de Fabrício Queiroz e outros, alguns aparentados da família Bolsonaro, deve ajudar a fechar essa investigação. É possível que a denúncia contra o filho do presidente, hoje senador, não demore para ser oferecida. E que ele comece a responder pelo caso também junto à Comissão de Ética do Senado.

Fabrício Queiroz, Foto Reprodução/SBT Brasil

É improvável, porém, que o senador sofra punições mais drásticas, como a perda do mandato — até porque, diante de outras acusações que atingem seus colegas senadores, a “rachadinha”, pela qual o parlamentar fica com parte dos salários dos funcionários do gabinete, é considerada até um crime menor.

Marielle Franco

Esse seria, nas circunstâncias, o menos pior dos desfechos para o presidente Jair Bolsonaro e seus parentes. Seu maior temor não é a acusação da prática da “rachadinha”, mas o avanço de investigações que relacionem os Bolsonaro a integrantes de milícias do Rio de Janeiro, com suas atividades para lá de ilegais — e relação com crimes como a execução da vereadora Marielle. Esse, sim, seria o epicentro do terremoto político que os bolsonaristas temem, de consequências imprevisíveis.

A respeito dessa parte da investigação, a da milícia, não se sabe exatamente o que a Polícia e o MP do Rio têm. Só que Bolsonaro e seu entorno andam preocupados, apressando-se em declarações-vacina prevendo novas acusações e em politizar o caso, colocando o governador do Rio, Wilson Witzel, como seu algoz.

Nesse sentido, a investigação sobre a “rachadinha”já está sendo considerada, entre governistas, o menor dos males…

Os Divergentes

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