Segundo estudo norte-americano, alguns desses répteis conseguem converter o calor de animais com organismos mais quentes em sinais elétricos
REDAÇÃO GALILEU
Um estudo conduzido por cientistas da Universidade de Houston, nos Estados Unidos, traz uma explicação de como algumas espécies de cobras conseguem capturar suas presas na escuridão total. O trabalho, publicado no último dia 21 de outubro na revista Matter, indica como alguns desses répteis (como víboras, jiboias, pítons, entre outras) convertem o calor de organismos mais quentes que eles em sinais elétricos, de modo que conseguem enxergar na ausência de luz.SAIBA MAIS
A pesquisa complementa estudos anteriores sobre qualidades piroelétricas (a capacidade de gerar eletricidade a partir do aquecimento) em materiais como resposta ao estresse mecânico. “Percebemos que existe um mistério acontecendo no mundo das cobras”, afirma Pradeep Sharma, um dos autores do estudo, em nota. “Algumas cobras podem ver na escuridão total. Seria facilmente explicado se elas tivessem um material piroelétrico em seus corpos, mas elas não têm. Percebemos que o princípio por trás do material macio que modelamos [em estudo anterior] provavelmente explica isso."
As cobras com essa habilidade processam a radiação infravermelha dos outros animais para formar uma imagem térmica. Os pesquisadores identificaram que as células dentro da membrana da fossa — órgão que consiste em uma câmara oca cercada por uma membrana fin e que desempenha papel-chave em permitir que as cobras detectem até mesmo pequenas variações de temperatura — podem funcionar como um material piroelétrico, utilizando a voltagem elétrica encontrada na maioria das células.
Embora o trabalho explique o mecanismo, ainda existem dúvidas, incluindo como esse processo está relacionado ao papel desempenhado pelo aumento do número de canais iônicos encontrados nas proteínas TRPA1. Elas são mais abundantes nas células de cobras que contam com a fossa do que naquelas que não têm esse órgão. “Nosso mecanismo é muito robusto e simples. Isso explica muita coisa. Ao mesmo tempo, é inegável que esses canais [as proteínas TRPA1] também desempenham um papel, e ainda não temos certeza da conexão”, pondera Sharma.
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