- Cecilia Barría
- BBC News Mundo
"Aconteceu por volta das 2h da manhã. Acordamos com uma onda sonora que açoitou as janelas e saímos para ver o que estava acontecendo", conta Juan Esteban Triana, um jovem brasileiro criado na Colômbia que mora perto do prédio residencial que desabou na quinta-feira (24/06), em Surfside, ao norte de Miami Beach, nos EUA.
Dezenas de pessoas que moravam no edifício de 12 andares continuam desaparecidas, e seus familiares tentam desesperadamente encontrá-las.
"Sentimos como se fosse um tremor, e dois minutos depois vimos ambulâncias e socorristas passando. A área ficou bloqueada. Com minha família, a primeira coisa que fizemos foi sair para a rua e vimos pessoas nas varandas pedindo ajuda e acendendo as lanternas de seus celulares", diz ele à BBC News Mundo, serviço de notícias da BBC em espanhol.
"Estavam gritando desesperadamente. Tentamos ajudá-las, mas não nos deixaram passar. Foi muito frustrante porque estávamos na frente de pessoas que pediam ajuda e não podíamos fazer nada. É muito triste."
"A única coisa que pudemos fazer foi oferecer a casa para dar comida ou para que os policiais pudessem usar o banheiro. Vimos drones e helicópteros. É muito forte, fico muito frustrado de ver gente pedindo ajuda e não poder fazer nada além de olhar ".
Uma impotência compartilhada pelos demais vizinhos que saíram às ruas na quinta-feira para contemplar o horror da tragédia diante de suas casas.
Pessoas que caminhavam pela área, algumas delas turistas, gravaram com seus celulares a imagem impactante do prédio destruído à beira-mar.
Uma mulher que carregava uma mala chorava e gritava enquanto caía de joelhos no chão. Rapidamente a levaram para um centro comunitário localizado a alguns quarteirões do local da tragédia, onde estavam reunindo as famílias.
Chegavam ambulâncias, caminhões do Corpo de Bombeiros e equipes de resgate, uma após a outra, para reforçar o trabalho das equipes que estavam no local desde as primeiras horas da madrugada.
Um dos socorristas que participava da operação disse à BBC News Mundo que a prioridade de seu trabalho era procurar sobreviventes nos escombros.
Chovia copiosamente, como costuma acontecer nesta época do ano em Miami. Na praia, havia algumas pessoas observando atônitas o estado em que o edifício ficou, enquanto equipes de televisão transmitiam as imagens ao vivo para canais de todo o mundo.
Da areia, a vista era desoladora. E embora a polícia tenha isolado a área mais próxima ao prédio, localizado na Avenida Collins 8777, o desmoronamento podia ser visto de qualquer lugar.
De algumas das varandas pendiam restos de móveis e escombros, prestes a cair do edifício. Era como estar diante de uma cena de destruição após um terremoto.
A causa do desabamento do prédio, que faz parte do complexo residencial Champlain Towers, construído há 40 anos, ainda é desconhecida.
Tampouco há respostas para quem ainda não conseguiu descobrir o paradeiro de seus entes queridos, muitos deles latino-americanos que estavam de férias ou moravam no prédio.
Busca por sobreviventes em edifício que desabou em Miami
Dezenas de pessoas resgatadas foram levadas para hospitais da região, algumas delas em estado grave. É por isso que alguns parentes de desaparecidos têm a esperança de que seus familiares sejam encontrados em algum dos centros de saúde.
Ou que estejam com vida e consigam ser resgatados dos escombros.
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