Urubus são atraídos por cheiros de corpos de vítimas de coronavírus em hospital de Guayaquil. Animais também são vistos em áreas onde há descarte de cadáveres. "Um desses locais fica perto da minha casa", conta advogada
Urubus sobrevoam hospital do Equador (esq) e urubus na Puente del Velero (dir)
Imagens sombrias do impacto do coronavírus no Equador têm sido compartilhadas pela imprensa internacional desde quarta-feira (1). Uma reportagem da BBC revelou que o país está em colapso funerário.
Nas últimas 24 horas a Polícia registrou chamadas para retirar cerca de 450 cadáveres de dentro de lares somente em Guayaquil, a cidade mais populosa do país.
“É uma soma de vários fatores, mas o principal é que no Equador não seguimos rigorosamente todas as medidas que devem ser tomadas para enfrentar uma emergência dessa magnitude, nem as pessoas prestaram atenção aos alertas do governo”, disse Esteban Ortiz, epidemiologista equatoriano da Universidade das Américas.
Nas redes sociais pessoas de todo mundo se comovem e se mobilizam com a situação do país. A hashtag #EcuadorEnEmergencia está em alta em todo mundo, e no twitter Brasil, os assuntos “Equador” e “Guayaquil” são os mais comentados.
Algumas pessoas se sensibilizam e compartilham imagens fortes de corpos sendo deixados ou cremados nas ruas. Um vídeo gravado por um equatoriano chocou internautas por mostrar urubus sobrevoando um hospital. Os animais teriam sido atraídos pelo odor dos cadáveres.
(continua após o vídeo)
VÍDEO:
😟😟😟— Rogério Tomaz Jr. (@rogeriotomazjr) April 2, 2020
Urubus atraídos pelo odor dos corpos num hospital em Guayaquil, no Equador.
Mais de 60 pessoas já morreram em decorrência do coronavirus na cidade costeira, mas o número real de vítimas fatais pode ser bem maior do que apontam os dados oficiais.#EcuadorEnEmergencia pic.twitter.com/1goxYFeXyK
Contradições
Os números reconhecidos pelo governo do Equador apontando 98 mortos em todo o território não convencem quando confrontados com a realidade de hospitais superlotados, funerárias sobrecarregas e solicitações não atendidas.
“Até poucos dias havia um cerco midiático enorme, mas os meios começam a dizer a verdade e contestam as cifras oficiais. Já não há como esconder, todos temos conhecidos ou familiares de amigos que faleceram. Vivemos em constante estado de angústia e medo. Se fecharam as fronteiras da cidade, já há desabastecimento de frutas e verduras, me dá terror cada vez que preciso ir ao mercado. Estamos abandonados”, conta a advogada Maria Cecilia Herrera.
O toque de recolher encolhido para às 14h a nível local deixa as ruas vazias de pessoas enquanto circulam fotos de urubus em áreas nas quais haveria o descarte de corpos.
“O local de uma dessas fotos (ver acima) que percorrem o país e o mundo fica a duas quadras de minha casa, se chama Puente del Velero. Circularam imagens de outros também, com essas aves sobrevoando hospitais devido ao cheiro ocasionado por tantas mortes”, complementa Maria.
A situação no Equador, particularmente em Guayaquil, é excepcionalmente grave. Os vídeos são terríveis. Quem tiver estômago que clique na hashtag #EcuadorEnEmergencia. O quadro é tão dramático que fez um repórter ter um colapso emocional ao vivo. pic.twitter.com/CQpUxIr6Dc— Alexandre Aguiar (@alexaguiarpoa) April 2, 2020
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